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Rodovias

Estradas brasileiras voltam a melhorar de qualidade, indica pesquisa da CNT

Após três anos de queda, o ranking da CNT (Confederação Nacional dos Transportes) de qualidade das estradas pavimentadas apresentou melhora neste ano em relação a 2013.

O ranking é realizado há 18 anos e em 2014 mostrou que 37,2% das estradas brasileiras analisadas estão em estado ótimo ou bom. Já as regulares alcançam 38,2% e as ruins e péssimas são 23,9%. No ano passado, esses números estavam em 36,2%, 34,4% e 29,4%, respectivamente. Com a evolução, os números voltam aos níveis de 2012. Foram inspecionados 99 mil km de rodovias, quase metade da malha asfaltadas.

A melhora se deu por causa das rodovias administradas pelos governos federal e estaduais, que tiveram uma evolução de 2013 para 2014. Segundo o trabalho, as estradas públicas consideradas ótimas e boas passaram de 26,7% para 29,3%. As regulares evoluíram de 38,4% para 42,1%. Já as péssimas, caíram de 34,9% para 28,6%.

Segundo Bruno Batista, coordenador da pesquisa, a pequena evolução deste ano não melhora o estado geral das rodovias brasileiras que continuam insuficiente e com muitos problemas por serem antigas. Segundo ele, apenas 12% da malha brasileira é asfaltada, sendo que 87% dela é de pistas simples.

"Ao longo desses últimos anos, não houve um salto qualitativo e nem um grande aumento da construção", disse Batista lembrando que a falta de qualidade das estradas onera em 26% o custo dos transportes para as empresas no Brasil em média, elevando assim o preço dos produtos nacionais.

Pedagiadas

A melhora das estradas não foi maior porque as estradas concedidas pioraram. A análise do órgão apontou que, das estradas pedagiadas analisadas, 74,1% estavam em estado ótimo ou bom. No ano passado, esse número alcançou 84,4%.

Os trechos regulares passaram de 14,3% para 21,8% no mesmo período e os classificados como ruins e péssimos passaram de 1,3% para 4,1%. As rodovias pedagiadas no país arrecadaram no ano passado R$ 15 bilhões.

Segundo Batista, a explicação para a piora é que 4,4 mil quilômetros de estradas federais foram concedidos em 2013 e passaram no início do ano para a iniciativa privada. Para ele, não houve tempo suficiente para que essas rodovias, que antes eram administradas pelo governo federal, passassem por melhoras e, por isso, o nível das estradas pedagiadas piorou.

"Os novos trechos públicos concessionados puxaram pra baixo a qualidade das rodovias concedidas", disse Batista lembrando que das 10 melhores estradas do país, todas são concedidas e no estado de São Paulo. Já as 10 piores são todas federais ou estaduais e ficam principalmente no Norte e Nordeste do país.

Pontos críticos

Outra piora no ranking foram os chamados pontos críticos, que são quedas de barreiras, pontes e buracos grandes. No ano passado, foram encontrados 250 pontos críticos e em 2014 foram 289. Segundo Batista, estradas no Rio Grande do Sul que eram concedidas e voltaram a ser administradas pelo governo, também pioraram.

Para o coordenador da pesquisa, é necessário aumentar os investimentos para que o país possa ter uma melhor qualidade de transporte rodoviário, que responde por 60% de tudo o que é transportado no país. Segundo ele, a demanda aumentou nos últimos 10 anos, com o número de veículos dobrando, sem que a quantidade de estradas e a qualidade delas tivessem tido a mesma evolução.

Pelos cálculos da Confederação, seriam necessários R$ 300 bilhões em investimentos nas estradas do país para que elas chegassem a um nível adequado de qualidade. Mas, atualmente, o país tem investido cerca de R$ 10 bilhões no setor ao ano."Nesse ritmo, vamos demorar 30 anos", afirmou Batista.

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