A bolsa brasileira perdeu mais de 1 por cento nesta terça-feira, caindo ao menor nível desde fevereiro com o aumento da cautela entre os estrangeiros e a queda internacional do preço das commodities.
O Ibovespa recuou 1,75 por cento, a 64.318 pontos. O giro financeiro do pregão foi de 6,00 bilhões de reais.
O índice foi influenciado pela queda das bolsas globais. Nos Estados Unidos, o Standard & Poor's 500 recuou 0,34 por cento, prejudicado pelo desempenho fraco das commodities. O índice Reuters-Jefferies de matérias-primas caiu 0,85 por cento, tendo registrado durante os negócios a maior baixa desde 12 de abril.
No Brasil, as ações PN da Petrobras perderam 1,09 por cento, a 25,45 reais. OGX Petróleo caiu 3,11 por cento, a 15,88 reais, e a mineradora Vale teve baixa de 1,48 por cento, a 44,59 reais.
O mercado local tem sido particularmente afetado pela incerteza a respeito da inflação e da condução da política monetária. Prevendo que novas medidas serão tomadas para frear a alta dos preços, os investidores preferiram se desfazer de papeis de bancos, que caíram 2,39 por cento segundo o índice financeiro da Bovespa.
Bradesco PN caiu 2,96 por cento, a 30,20 reais. Itaú Unibanco, mesmo após divulgar lucro maior que o esperado por analistas no primeiro trimestre, recuou 3,42 por cento, a 35,30 reais.
"Os estrangeiros realmente continuam com essa questão da inflação no horizonte mais próximo", disse Leonardo Bardese, operador da corretora BGC Liquidez. "Há um pouco de fuga de capital estrangeiro no mercado local."
Em abril, segundo o dado mais recente, os investidores não-residentes tiraram 1,1 bilhão de reais da Bovespa.
A corretora Ativa, que aposta em certa estabilidade para o mercado local ao longo de maio, coloca como questão fundamental a melhora do fluxo estrangeiro, "que acreditamos estar condicionada a um cenário de inflação em queda."
Embraer foi a nota destoante desta terça-feira, com alta de 6,35 por cento, a 13,24 reais. A fabricante de aviões divulgou lucro quase 4 vezes maior no primeiro trimestre do ano em relação a 2010 e afirmou que vê "grandes oportunidades" para novas vendas.
"A força surpreendente e as novas encomendas mostram uma execução sólida mesmo com a apreciação do real e com os preços dos combustíveis; reiteramos uma exposição acima da média do mercado (overweight)", afirmaram os analistas Nicolai Sebrell, Heidi Wood e Augusto Ensiki, do Morgan Stanley.