Ao completar um ano, a am­­pliação do rol de cobertura obrigatória dos planos de saúde – em vigor desde o dia 7 de junho –, terá um impacto financeiro inferior a 1% no custo das operadoras. É o que aponta um es­­tudo da Aon Consul­ting, mul­­ti­­na­­cional especializada na administração de programas de benefícios corporativos, apre­­sentado ontem em Curitiba.

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A análise contraria a tese das empresas do setor, que divulgaram que a inclusão de cerca de 70 novos procedimentos representaria uma inflação entre 5% e 8% no período de 12 meses. Às vésperas da ampliação do rol, a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), representante das operadoras, chegou a divulgar nota manifestando o "temor" de que a medida cause a falência das empresas, principalmente as de pequeno e médio porte.

Para chegar ao custo do impacto anual por beneficiário, o estudo da Aon considerou o custo, em reais, de cada procedimento, assim como o resultado estatístico da taxa de utilização dos planos para cada procedimento e/ou tratamento. A equação também considera fatores de ajuste, como a resistência médica ao uso de novas tecnologias e tratamentos.

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Segundo o coordenador da pesquisa e do núcleo de economia e saúde da Aon, Rodolfo Milani Júnior, o estudo foi elaborado para dar previsibilidade ao setor de saúde suplementar. "Muitas vezes, quando [as operadoras] emitem uma opinião, ela não é embasada", justifica. "Ainda somos um país de renda média e muitas vezes não é prioridade o uso de certos procedimentos. A inclusão de novas tecnologias é uma coisa muito boa, mas não pode ser usada de forma fútil, ou seguindo outros interesses que não o benefício do paciente", avalia Milani Júnior.

De acordo com o levantamento, a projeção média é de que o novo rol eleve em 0,47% o custo das operadoras. Con­­siderando um cenário em que a demanda pelos procedimentos aumente em 50% até junho de 2011, esse custo será de, no máximo, 0,70%. "Iniciamos o estudo de forma independente e sem expectativas, mas foi uma surpresa perceber que o índice é mais baixo que aquele divulgado pelas empresas", diz o coordenador.

Consultas

O maior impacto relativo para as operadoras é o da ampliação dos chamados procedimentos de alta frequência e baixo custo, co­­mo consultas com nutricionistas, psicoterapeutas e fisioterapeutas. A elevação do número máximo de consultas com psi­­cólogos de 12 para 40, por exemplo, representa 0,43% do im­­pacto de todo o rol.

Para os representantes das operadoras, é preciso otimizar os recursos para diminuir os custos do novo rol. Apesar de estimar um impacto maior – entre 3% e 7% –, o diretor da Amil na Região Sul, Marcos Tedesco, avalia que o estudo traz um elemento para as operadoras pensarem sobre a racionalidade do custo financeiro.

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"Certamente teremos acréscimos de custos, mas tudo vai depender das nossas ações. Um hemograma mal empregado sai caríssimo, enquanto uma tomografia eficiente sai barato", avalia Tedesco.