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Estudo para transposição da barragem de Itaipu pode ter ajuda do BID

A chamada Hidrovia do Mercosul tem apenas um ponto de descontinuidade ao longo dos seus 5 mil quilômetros de extensão: a barragem da Usina de Itaipu. A união entre as hidrovias Tietê-Paraná e Paraná-Prata depende da transposição dos 120 metros de desnível criado pela hidrelétrica – desvio que pode ser feito por via fluvial, rodoviária ou ferroviária. Na semana passada, um termo de referência foi encaminhado ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) solicitando o financiamento dos estudos de viabilidade econômica, técnica e ambiental da transposição, e também de questões legais para o trânsito de mercadorias.

O estudo será conduzido pela própria Itaipu – já que qualquer projeto precisará ser discutido entre Brasil e Paraguai. Segundo o assistente da diretoria financeira da binacional, Joel de Lima, o estudo foi orçado em US$ 2 milhões. "Com base nesse estudo, será proposta a melhor ação."

A transposição da barragem vai ligar não apenas o Oeste do Paraná ao Paraguai e à Argentina, mas também parte dos estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais. "Seria uma alternativa de saída de produtos do Paraná e, via Chile, um caminho para atender o Oriente e a costa Oeste dos Estados Unidos", diz Lima.

O presidente da Associação Comercial de Foz do Iguaçu (Acifi), Wanderley Bertolucci Teixeira, lembra que seria também uma alternativa para chegada de mercadorias ao Brasil. "Não só ao Paraná, mas também ao grande mercado consumidor que é São Paulo", diz. "Com a transposição e com regras claras para a instalação dos portos fluviais, tenho certeza que o potencial é enorme. Dependeremos apenas de competência empresarial."

Lima, da Itaipu, diz que, na época da construção da usina, não havia razão econômica para a construção de eclusas que permitissem um tráfego de barcos desviando da barragem. "Mas o atual momento comercial e a evolução das relações internas e externas do Mercosul justificam retomarmos o estudo e a binacional entende que é sua responsabilidade participar do projeto."

Caso o estudo não seja financiado pelo BID, ele deverá ser feito por meio de investimentos privados. O assistente financeiro não descarta a possibilidade de a própria Itaipu fazer o financiamento. "Mas isso ainda precisará ser discutido." (CS)

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