Apesar da disparada no preço do etanol cobrado na bomba nas últimas quatro semanas, o combustível continua sendo economicamente viável para os donos de carros flex de Curitiba. O litro do etanol subiu, em média, de R$ 1,502 na última semana de setembro para R$ 1,609 na semana encerrada no dia 23, uma alta de 7,12%. Já a gasolina manteve o preço estável, com queda de 0,08% uma redução de R$ 0,002 por litro no mesmo período.
O preço médio, em Curitiba, é de R$ 2,46 para a gasolina e R$ 1,609 para o etanol, segundo levantamento da ANP em 95 postos da cidade. Porém, uma pesquisa feita pela Gazeta do Povo com 31 postos da região central e bairros da capital indica média um pouco mais alta: o preço médio da gasolina é de R$ 2,48 por litro (0,8% a mais que o valor apurado pela ANP), e o do etanol é de R$ 1,66 por litro (diferença de 3,16%). As duas pesquisas encontraram as mesmas margens de variação, como o preço do etanol entre R$ 1,45 e 1,799 e o da gasolina entre R$ 2,259 e R$ 2,599.
Apesar do aumento, considerando o levantamento da ANP, o custo médio do litro do etanol é de 65% do preço da gasolina. Já pelo levantamento da Gazeta do Povo, esta relação é de aproximadamente 67%, ainda dentro da margem de vantagem. Compensa abastecer com etanol quando ele não chega a 70% do preço da gasolina.
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Paraná (Sindicombustíveis-PR) explica, em nota, que os postos estão repassando o aumento do custo dos combustíveis nas distribuidoras, que por sua vez estariam pagando mais caro pelo etanol nas usinas. A aceleração mais forte no preço do etanol nas usinas ocorreu entre o início de setembro e outubro, quando o preço do combustível sofreu reajuste de 16,45% no acumulado de cinco semanas. O repasse ao preço das bombas seria um reflexo deste aumento, já que nas últimas quatro semanas o preço médio do álcool hidratado nas usinas, sem o frete, subiu apenas 0,3%, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP). O estudo monitora apenas o preço nas usinas paulistas, mas também serve de parâmetro para o mercado paranaense.
"O Sindicombustíveis-PR lembra que o mercado é livre e competitivo em todos os segmentos, cabendo a cada distribuidora e posto revendedor determinar se irão ou não repassar os maiores custos ao consumidor e, se o fizerem, em qual porcentual. No entanto, o Sindicombustíveis-PR entende ser de fundamental importância esclarecer o consumidor e a sociedade em geral sobre a realidade dos fatos para que o revendedor, face visível deste mercado, não seja responsabilizado por majorações de preço ocorridas em outras etapas da cadeia", diz a nota do sindicato, que representa 2,7 mil postos no estado do Paraná.