Em Ponta Grossa, etanol subiu 14,5% e custa, em média, R$ 1,65 por litro| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo

Interior

Maringá tem maiores preços do estado

O levantamento de preços da ANP mostra que Maringá tem o etanol e a gasolina mais caros do Paraná. De acordo com a pesquisa, realizada entre 17 e 23 de outubro, o preço médio nos postos da cidade é de R$ 2,721 por litro de gasolina e R$ 1,858 pelo litro do etanol – em Santo Antônio da Platina, onde a ANP constatou o menor valor médio no estado, o etanol custa R$ 1,565. Apesar da recente alta, alguns postos da cidade já começaram a remarcar os preços para baixo em Maringá. Em Foz do Iguaçu, na última semana, o reajuste no preço do etanol foi de 2,6%, com preço entre R$ 1,65 e R$ 1,75. Já em Ponta Grossa, o litro do etanol passou de R$ 1,44 para R$ 1,65, um reajuste de 14,5%.

Marcus Ayres e Thiago Ramari, da Gazeta Maringá - colaboração de Maria Gizele da Silva, da sucursal de Ponta Grossa; e Denise Paro, da sucursal de Foz do Iguaçu

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Apesar da disparada no preço do etanol cobrado na bomba nas últimas quatro semanas, o combustível continua sendo economicamente viável para os donos de carros flex de Curitiba. O litro do etanol subiu, em média, de R$ 1,502 na última semana de setembro para R$ 1,609 na semana encerrada no dia 23, uma alta de 7,12%. Já a gasolina manteve o preço estável, com queda de 0,08% – uma redução de R$ 0,002 por litro no mesmo período.

O preço médio, em Curitiba, é de R$ 2,46 para a gasolina e R$ 1,609 para o etanol, segundo levantamento da ANP em 95 postos da cidade. Porém, uma pesquisa feita pela Gazeta do Povo com 31 postos da região central e bairros da capital indica média um pouco mais alta: o preço médio da gasolina é de R$ 2,48 por litro (0,8% a mais que o valor apurado pela ANP), e o do etanol é de R$ 1,66 por litro (diferença de 3,16%). As duas pesquisas encontraram as mesmas margens de variação, como o preço do etanol – entre R$ 1,45 e 1,799 – e o da gasolina entre R$ 2,259 e R$ 2,599.

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Apesar do aumento, considerando o levantamento da ANP, o custo médio do litro do etanol é de 65% do preço da gasolina. Já pelo levantamento da Gazeta do Povo, esta relação é de aproximadamente 67%, ainda dentro da margem de vantagem. Compensa abastecer com etanol quando ele não chega a 70% do preço da gasolina.

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Paraná (Sindicom­bustíveis-PR) explica, em nota, que os postos estão repassando o aumento do custo dos combustíveis nas distribuidoras, que por sua vez estariam pagando mais caro pelo etanol nas usinas. A aceleração mais forte no preço do etanol nas usinas ocorreu entre o início de setembro e outubro, quando o preço do combustível sofreu reajuste de 16,45% no acumulado de cinco semanas. O repasse ao preço das bombas seria um reflexo deste aumento, já que nas últimas quatro semanas o preço médio do álcool hidratado nas usinas, sem o frete, subiu apenas 0,3%, de acordo com o Centro de Estudos Avan­çados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP). O estudo monitora apenas o preço nas usinas paulistas, mas também serve de parâmetro para o mercado paranaense.

"O Sindicombustíveis-PR lembra que o mercado é livre e competitivo em todos os segmentos, cabendo a cada distribuidora e posto revendedor determinar se irão ou não repassar os maiores custos ao consumidor e, se o fizerem, em qual porcentual. No entanto, o Sindicombustíveis-PR entende ser de fundamental importância esclarecer o consumidor e a sociedade em geral sobre a realidade dos fatos para que o revendedor, face visível deste mercado, não seja responsabilizado por majorações de preço ocorridas em outras etapas da cadeia", diz a nota do sindicato, que representa 2,7 mil postos no estado do Paraná.