O Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) decidiu nesta terça-feira (16) reduzir a taxa de juros para o menor nível histórico do país. Com a decisão, a taxa praticada nos EUA agora passa para um patamar flutuante de zero a 0,25% ao ano.
Na última reunião do órgão, no final de outubro, o Fed já havia reduzido a taxa de juros do país, de 1,5% para 1% ao ano. Desde o agravamento da crise financeira internacional, após a quebra do banco Lehman Brothers, há uma forte corrente entre os analistas que diz que o principal desafio para os EUA é lidar com os riscos de recessão e não mais com o perigo de piora da inflação.
Nas últimas semanas, um novo fantasma passou a assombrar a economia americana: o da deflação. Em outubro, por exemplo, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) caiu 1%, enquanto, em novembro, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) recuou 2,2%.
A questão é que a deflação eleva as taxas de juros reais e é prejudicial para a economia, já que, com a queda dos preços, consumidores e empresas adiam suas compras, à espera de mais reduções. Um corte de juros se enquadra na tentativa de aumentar o nível de atividade da economia.
Estudando opções
A decisão do grupo saiu após uma reunião que durou dois dias. O encontro havia sido inicialmente agendado para um dia, mas foi ampliado para que as autoridades monetárias possam estudar as opções para mais medidas com o intuito de estimular a economia com o pouco espaço que restou para redução dos custos de empréstimo.
"Daqui para frente, a política monetária precisa se apoiar primariamente em ferramentas não tradicionais, outras armas além dos juros básicos, para tentar estimular a economia," afirmou o ex-presidente do Fed, Lyle Gramley.
"Eles certamente terão um conhecimento de que métodos não tradicionais serão empregados agressivamente para tentar dar resistência à economia", acrescentou.
Em pronunciamento no dia 1º de dezembro, o atual presidente da instituição, Ben Bernanke, havia enfatizado que o Fed usará de todas as armas em seu arsenal para proteger a economia e identificou aquisições diretas do governo e dívidas relacionadas a hipotecas como possíveis opções.
Eficácia questionada
A eficácia do corte de juros como instrumento contra a recessão é questionada por muitos analistas. "Baixar os juros não ajuda muito quando os bancos simplesmente não estão dispostos a emprestar", disse Eswar Prasad, ex-diretor do Departamento de Estudos Financeiros do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Ainda assim, a redução da taxa básica é uma arma importante, da qual o Fed certamente fará uso para evitar que a recessão que os EUA enfrentam há um ano vire uma depressão. Segundo Prasad, a probabilidade é que, se a situação se agravar, o Fed reduza os juros para 0% em sua reunião de janeiro.
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