O presidente dos Estados Unidos Barack Obama pediu que economias superavitárias como a China ponham fim à sua dependência da exportação para o crescimento econômico. Mas o presidente da China, Hu Jintao, advertiu que as reformas econômicas serão introduzidas gradualmente.
Os pronunciamentos de Obama e Hu Jintao foram feitos em um evento com empresários durante uma cúpula econômica reunindo países da Ásia e do Pacífico. O evento foi realizado um dia depois do encontro em Seul do grupo de 20 maiores economias mundiais. A reunião do G20 obteve apenas compromissos vagos sobre medidas para manter uma economia fragilizada nos trilhos.
Os líderes americano e chinês se juntaram a outros representantes dos países que integram a Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês) para um final de semana de reuniões sobre políticas que possam assegurar crescimento equilibrado e a criação de uma grande área de livre comércio na região de maior crescimento econômico mundial.
"Uma das lições importantes que a crise econômica nos ensinou diz respeito aos limites de se depender primordialmente dos consumidores americanos e das exportações asiáticas para estimular o crescimento econômico", afirmou Obama.
"No futuro, nenhuma nação deve contar com o fato de que seu caminho para a prosperidade será simplesmente pavimentado com exportações para os Estados Unidos", afirmou o líder americano em uma viagem de dez dias que o levou também para Índia, Indonésia e Coreia do Sul.
Os Estados Unidos e a China vêm trocando acusações sobre quem estaria causando mais estragos ao comércio internacional. O governo americano argumenta que o yuan é subvalorizado, o que lhe confere uma vantagem na área de exportações. Os chineses alegam que a política de crédito fácil do Federal Reserve (o Banco Central americano) visa a enfraquecer o dólar e estimular exportações.
Hu, que discursou pouco após Obama, disse a empresários que a China quer expandir sua demanda interna e mantém a política de reformar sua taxa de juros "na base da manutenção de iniciativa, controlabilidade e gradualidade".
"A China vai continuar a fazer um balanço de pagamentos internacionais estimulante, o que constitui uma tarefa importante em assegurar a estabilidade macroeconômica", afirmou Hu.
Os países do G20 estão tentando achar maneiras de reduzir superávists excessivamente elevados e déficits entre as grandes economias, de modo a evitar um protecionismo potencialmente destrutivo.