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Crise

EUA apuram fraudes no socorro a bancos

O secretário Geithner: bateria de perguntas sobre o plano de socorro aos bancos no dia em que o FMI aponta deterioração nos ativos | Win McNamee/Getty Images
O secretário Geithner: bateria de perguntas sobre o plano de socorro aos bancos no dia em que o FMI aponta deterioração nos ativos (Foto: Win McNamee/Getty Images)

Washington - Relatório divulgado ontem pelo inspetor-geral especial para o Programa de Alívio de Ativos Problemáticos (Tarp, na sigla em inglês), Neil Barofsky, afirma que a iniciativa é vulnerável a fraudes. O programa, que prevê a compra de ativos tóxicos por parcerias público-privadas (PPP), retiraria dos balanços dos bancos os chamados "ativos tóxicos", e é tido como a saída possível para o saneamento dos bancos americanos. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, defendeu o plano em uma reunião do Congresso e afirmou que ele deve conduzir as instituições financeiras ao "equilíbrio desejado’’.

Barofsky disse em seu relatório trimestral que os subsídios às PPP poderiam expor os contribuintes a perdas maiores sem um aumento correspondente no lucro potencial. "Aspectos das PPP as tornam inerentemente vulneráveis a fraudes, desperdício e abuso, e incluem questões significativas relacionadas a conflitos de interesse enfrentados por gerentes de fundo, conluio entre participantes e vulnerabilidades à lavagem de dinheiro", afirmou. Ele pediu que o Tesouro imponha regras severas para analisar investidores dos fundos e para a divulgação da participação acionária e de todas as transações feitas.

O relatório de Barofsky chamou o plano, e sua expansão prevista com um programa de empréstimo de títulos do Federal Reserve para até US$ 1 trilhão, de uma "tremenda expansão na amplitude, na escala e na complexidade do Tarp". Os subsídios dos contribuintes poderiam diluir as obrigações financeiras dos investidores privados e, portanto, reduzir o incentivo deles em para que agissem de forma apropriada.

Inquéritos criminais

O relatório de Barofsky confirmou que seu escritório abriu quase 20 inquéritos criminais e preliminares associados ao programa de resgate, de US$ 700 bilhões. Isso inclui desde questões relativas a fraude de títulos afetando investimentos do plano de socorro até corrupção pública e fraude em hipotecas. Atualmente estão em andamento seis auditorias, incluindo uma sobre se os recentes pagamentos de bônus a funcionárias da seguradora AIG estavam de acordo com as condições de ajuda do governo e se o Tesouro estava ciente de todos os aspectos do plano de indenização da companhia.

Falando a congressistas, Timothy Geithner respondeu a uma bateria de perguntas sobre o programa de socorro aos bancos. Segundo ele, a "vasta maioria’’ dos bancos nos EUA tem capital suficiente para continuar oferecendo crédito na economia. A declaração responde a observações do Fundo Monetário Internacional, que apontaram uma deterioração nos ativos dos Estados Unidos (veja reportagem ao lado).

Bolsa em alta

A partir do dia 4 de maio, o Departamento do Tesouro começará a apresentar os resultados de "testes de estresse’’ feitos em 19 bancos que receberam dinheiro do programa. Não está descartada a injeção de mais recursos. Sem apresentar mais detalhes, Geithner disse haver "uma série de opções’’ que o governo poderá usar para socorrer bancos "quando necessário’’. Reconhecendo que várias áreas do mercado de crédito ainda continuam pouco ativas, Geithner disse, porém, que já há sinais de recuperação da confiança em outras.

As declarações do secretário foram suficientes para animar o mercado de capitais e fazer com que as bolsas de valores do país fechassem com alta acentuada. As ações do JPMorgan Chase avançaram mais de 9% e lideraram o índice Dow Jones.

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