Os Estados Unidos estão cogitando limitar a exportação de itens de alta tecnologia para a indústria de petróleo e gás russa no Ártico, como parte de seus planos para endurecer as sanções contra Moscou em represália à crise na Ucrânia, disse um enviado dos EUA nesta quarta-feira.
Às vésperas de uma cúpula da Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) no País de Gales, os EUA devem se unir à União Europeia na imposição de novas sanções sobre a Rússia depois que líderes da UE concordaram no último final de semana que o envolvimento direto de soldados russos na Ucrânia, em apoio aos rebeldes separatistas, deu ensejo à medida.
"Estamos estudando enrijecer ainda mais as restrições a exportações na área de energia e ao licenciamento de exportações de alta tecnologia, não somente para o setor energético, mas especificamente para o petróleo e o gás no Ártico", afirmou o embaixador norte-americano na UE, Anthony Gardner, à Reuters em Bruxelas.
A Rússia, principal fornecedora de energia para o bloco europeu, tem algumas das maiores jazidas ainda não exploradas de petróleo e gás do mundo em suas costas, e suas ambições energéticas podem ser ameaçadas pelas sanções.
Gardner disse que os EUA estão cooperando estreitamente com a Comissão Europeia e com embaixadores e líderes da UE na definição dos próximos passos para pressionar o presidente russo, Vladimir Putin, a buscar uma solução política na Ucrânia.
Nos primeiros estágios do conflito ucraniano, os Estados Unidos agiram mais rápido que a Europa, e o presidente Barack Obama impõs sanções a algumas das maiores empresas russas pela primeira vez em julho.
Mas a União Europeia adotou medidas mais severas desde a derrubada de um avião comercial malaio sobre o leste ucraniano, bastião dos rebeldes.
Na esteira do clamor de líderes da UE por sanções mais rígidas, a Comissão Europeia está finalizando um esboço com novas medidas, e os governos do bloco tomarão uma decisão sobre o formato final do pacote na sexta-feira.
Diplomatas declararam à Reuters que a UE está cogitando ampliar uma proibição de empréstimos e obtenção de capital na Europa a todas as empresas estatais da Rússia, além de barrar a entrada do ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu, no bloco.
Indagado se seu país também atuará para limitar o acesso das estatais russas a financiamentos estrangeiros, Gardner afirmou: "Todas essas opções estão sobre a mesa. Estamos cogitando um aperto nas restrições financeiras, você mencionou uma delas".
Ele ainda disse que Washington estuda aumentar as restrições a vendas militares para Moscou, mas não quis dar maiores detalhes.
As medidas discutidas pelos embaixadores da UE na segunda-feira também incluem a proibição de empréstimos de instituições do bloco a bancos estatais russos e à compra de derivativos russos.
Outra possibilidade é a ampliação de um veto às exportações de bens que podem ter uso civil e militar para todos os importadores russos em potencial, e não somente empresas do setor de defesa, como acordado no pacote de sanções da UE em julho.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast