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EUA

EUA devem puxar desaceleração global, mas sem recessão

As maiores economias do mundo, lideradas pelos Estados Unidos, irão desacelerar no restante do ano, mas existe apenas uma pequena chance de retorno à recessão, mostrou uma pesquisa da Reuters com 250 economistas.

O resultado da pesquisa, realizada após dados mostrarem corte de empregos nos EUA, são surpreendentemente otimistas dadas as expectativas de que o Federal Reserve anuncie nesta terça-feira novas medidas para estimular a economia.

A maioria dos analistas e investidores está confiante de que o crescimento robusto de economias emergentes como Índia e China amortecerá o impacto de uma brecada da economia dos EUA.

Também há um alívio com a crise soberana da zona do euro. Gerada em Atenas mais cedo neste ano, a crise não tomou as proporções que muitos temiam, e outros países menores parecem ter escapado do destino da Grécia.

A pesquisa da Reuters estima que há uma chance de 15 por cento dos EUA retornarem à recessão, mesma porcentagem da sondagem realizada há um mês. Porém, dois terços dos analistas reduziram suas previsões de crescimento para o país na segunda metade do ano.

A mediana das projeções estima que a economia norte-americana crescerá 2,9 por cento em 2010 como um todo, da projeção anterior de 3 por cento. Foi prevista expansão de 2,7 por cento para 2011, de 2,8 por cento na pesquisa anterior.

"O risco de uma recaída na recessão é material, mas o resultado mais provável é o que nós conseguiremos evitá-la", disse o economista-chefe do Goldman Sachs, Jan Hatzius, em comunicado aos clientes.

Na zona do euro, onde dados recentes tem sido mais fortes, levando o euro a máximas em três meses, a chance de retorno à recessão caiu para 15 por cento, de 20 por cento na pesquisa do mês passado.

Para a Grã-Bretanha, que enfrenta o maior corte de gastos estatais em gerações, a pesquisa mostrou que a probabilidade da economia retornar à recessão se manteve estável, em 20 por cento.A economia japonesa deve registrar um ritmo modesto de crescimento até o ano que vem, mas o problema da deflação não deve diminuir em breve.

As perspectivas de alta das taxas de juros no curto prazo são remotas. O Fed não deve elevar os juros norte-americanos em pelo menos um ano, assim como o Banco Central Europeu (BCE), o Banco da Inglaterra e o Banco do Japão.

POUCOS EMPREGOS NOVOS

O que continua sendo o maior desafio para essas economias é o desemprego. A retomada após a profunda recessão de 2008 e 2009 não é forte o suficiente para deixar as empresas confiantes e fazer com que elas contratem de volta os trabalhadores demitidos.

Com a perspectiva de crescimento reduzida e os governos e bancos centrais obrigados a usar as últimas ferramentas restantes de estímulo à economia, parece claro que o desemprego continuará sendo um importante desafio econômico nos próximos meses.

Isso também deve limitar o gasto do consumidor, algo fundamental para o crescimento econômico, especialmente na economia dos EUA.

"Com o impulso de fundos de estímulos acabando e a possibilidade de estímulos fiscais adicionais vindas do Congresso se tornando menos provável, a questão agora é se a demanda privada pode assumir o que o governo deixou", disse David Wyss, economista-chefe da Standard & Poor's.

"Nós esperamos que a recuperação continue, ainda que em um ritmo lento."

A inflação deve continuar controlada na zona do euro e nos EUA, dando espaço para as autoridades monetárias manterem as taxas de juros nas mínimas recordes, enquanto a deflação deve persistir no Japão.A exceção é a Grã-Bretanha, onde a inflação está bem acima da meta de 2 por cento do banco central e não deve cair abaixo desse ponto no horizonte previsto.

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