Uma conjunção de notícias negativas dos Estados Unidos e da China empurrou os investidores para a ponta vendedora de ações, fazendo a Bovespa acumular variação negativa no ano pela primeira vez em 2010.

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Com baixa de 2,44 por cento, a maior desde 12 de novembro, o Ibovespa retrocedeu aos 68.200 pontos. O movimento foi lastreado por um giro financeiro de 7,51 bilhões, o maior em quase sete semanas para sessões regulares.

Prejuízo acima das expectativas do Bank of America e lucro menor que o esperado do Morgan Stanley, ambos no quarto trimestre, ditaram o tom no meio corporativo nos Estados Unidos, o que derrubou os principais índices de Wall Street e contaminou os demais mercados.

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No plano macroeconômico, a frustração nos EUA também foi dupla. Além da queda inesperada no início de construção de moradias, os investidores também receberam de forma pouco amistosa dados sobre os preços no atacado em dezembro.

Essa bateria de más notícias engrossou o predomínio da ponta vendedora de ações das bolsas internacionais, depois do anúncio de novas medidas da China para conter a expansão desenfreada de crédito no país.

"O dia foi cheio de notícias ruins sobre a recuperação da economia e jogou água na fervura do mercado", disse o economista-chefe da SulAmerica Investimentos, Newton Rosa.

Na bolsa paulista, ações de companhias ligadas ao mercado doméstico, como varejistas e construtoras, destaques de ganhos no ano passado, foram os alvos preferenciais de realização de lucros.

B2W desabou 6,2 por cento, para 39,08 reais, no pior desempenho do Ibovespa. Na construção civil, Cyrela teve a performance mais fraca, caindo 4,7 por cento, para 21,89 reais.

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A pressão dos mercados globais contaminou os negócios com commodities, jogando pressão sobre as blue chips domésticas. O papel preferencial da Petrobras encolheu 2,6 por cento, para 35,45 reais.

A preferencial da Vale teve declínio de 1,8 por cento, 46,41 reais, mesmo depois de um relatório da Itaú Corretora elevando a projeção de preço-justo para o papel, com base na expectativa de aumento de 40 por cento do preço do minério de ferro em 2010.

Uma das raras exceções de papéis do Ibovespa que fecharam o dia no azul, BRF Foods galgou 2,6 por cento, para 48,20 reais, após o Cade ter autorizado a coordenação das atividades da companhia, resultado da fusão da Perdigão com a Sadia, no segmento de carne in natura no mercado interno e na compra de insumos e serviços.

Pão de Açúcar, que nesta quarta-feira anunciou um plano de investimento de 5 bilhões de 2010 a 2012 para crescimento orgânico, avançou 0,26 por cento, a 68,19 reais.

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