Pelo quinto dia consecutivo, a Bolsa de Valores de São Paulo encerrou o pregão em queda. Nesta quarta-feira, no entanto, o Ibovespa registrou recuo expressivo, de 3,18%, aos 35.512 pontos, e volume financeiro de R$ 2,468 bilhões.

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O dólar encerrou em alta, acompanhando o pessimismo dos mercados internacionais e contando com a contribuição de mais um leilão de compra, promovido pelo BC . A divisa americana terminou o dia vendida a R$ 2,1520, com avanço de 0,61%.

O risco-país, que mede o grau de desconfiança dos investidores estrangeiros na economia brasileira, subia 2,30%, aos 222 pontos-básicos. Na BM&F, os juros futuros encerraram o dia sem tendência definida.

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O mau humor geral foi provocado pelos dados sobre venda de moradias nos Estados Unidos (Existing Home Sales), de julho, que trouxeram, novamente, à tona preocupações com a economia do país. Os números reveleram que o setor imobiliário passa por um período de grande desaceleração.

A queda do Ibovespa contou, igualmente, com a contribuição da significativa desvalorização dos papéis das commodities, que têm forte peso no principal índice da bolsa paulista.

— Há nos Estados Unidos a expectativa de que a taxa de juros não volte e subir por enquanto, em função da estabilidade do consumo americano. Com uma eventual contenção do consumo nos EUA, existe a probabilidade que a demanda por commodities diminua, o que influencia nas cotações — diz o consultor de investimentos da Corretora Adinvest, Alexandre Carneiro.

As maiores quedas ocorreram nas ações preferenciais classe B da Eletrobrás recuaram 5,39%, para R$ 42,61, em sua quarta desvalorização consecutiva. Depois vieram Usiminas (-5,15%) e Telemar (-5,00%). No sentido contrário, as ações ordinárias da Contax foram as únicas a encerrar com variação positiva, resistindo à tendência de perdas generalizadas, e subiram 1,26%.

Para o analista, a situação da Bovespa deverá começar a melhor a partir de setembro, quando for divulgada a nova carteira teórica do índice Ibovespa.

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— Seria interessante reduzir a exposição da Bovespa à volatilidade do cenário externo. Ações de empresas mais relacionadas ao cenário doméstico, de consumo, como TAM, GOL e papéis de algumas construtoras deverão entrar no índice. Com isso, a Bovespa poderá refletir a boa realidade do mercado interno — diz.

O saldo de investimentos estrangeiros na Bovespa continua negativo. Até o dia 18 de agosto, o resultado deficitário ficou em R$ 520,5 milhões. Durante o período, os investidores venderam o equivalente a R$ 10,9 bilhões em ações e compraram em torno de R$ 10,3 bilhões. No acumulado do ano, o saldo do investimento estrangeiro está negativo em R$ 1,725 bilhão.