O secretário do Tesouro norte-americano, Henry Paulson, afirmou nesta terça-feira que os Estados Unidos estão impacientes ao forçar uma ação da China para cortar o desequilíbrio comercial, mas a vice-premiê chinesa, Wu Yi, respondeu que não se renderá à pressão.
"Há um crescente ceticismo em cada país sobre a intenção do outro", disse Paulson no início da reunião de dois dias com autoridades chinesas, enquanto o Congresso norte-americano se mostra furioso com o déficit comercial do país com a China.
"Infelizmente, isso está se manifestando como um sentimento anti-China, à medida que a China se torna um símbolo da redução real e imaginada da competição global."
Wu argumentou que politizar as diferenças sobre questões comerciais só pioraria a situação.
Enquanto os sinais iniciais sugerem que as conversas não devem chegar a nenhum lugar, autoridades norte-americanas sustentaram que elas são importantes por mostrar avanço no diálogo entre os dois países -que, nos últimos anos, corresponderam à metade do crescimento econômico global.
"Estas não são sessões de negociação", afirmou a jornalistas o secretário de Comércio dos EUA, Carlos Gutierrez.
Um documento preparado pelo escritório da representante comercial dos EUA, Susan Schwab, e obtido pela Reuters indica que ainda não houve acordos que levem a passos concretos para expandir a posse estrangeira no setor de serviços financeiros da China, um dos objetivos de Paulson.
De sua parte, no entanto, a China expressou estar pronta para comprar mais mercadorias feitas nos EUA.
"Nós estamos dispostos a tomar medidas efetivas junto com os EUA para enfrentar os desequilíbrios comerciais bilaterais", disse Wu na sessão de abertura. "Essas medidas incluem aumentar as importações dos Estados Unidos pela China."
As conversas marcam a segunda rodada de um "diálogo econômico estratégico", que teve início em Pequim, em dezembro.
Wu deve se encontrar com o presidente norte-americano, George W. Bush, na quinta-feira, antes de um discurso que ela fará a uma platéia de empresários.
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