A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, desafiou a Índia hoje a expandir sua esfera de interesse a partir do sul da Ásia para regiões vizinhas, onde pode ajudar os Estados Unidos a conter a agressividade crescente da China.

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Hillary pediu que a Índia projete sua influência para o leste, na direção do sudeste da Ásia e da borda do Pacífico, assim como impulsione seu engajamento na região central da Ásia, no flanco oeste da China. Segundo ela, Estados Unidos e Índia compartilham valores que os fazem poderosos parceiros na promoção da segurança, democracia e desenvolvimento em áreas nas quais a China tem feito esforços para dominar.

"Nossos interesses se alinham e nossos valores convergem", disse Hillary em discurso no porto de Chennai, sudeste da Índia, um centro de manufatura em franco crescimento escolhido pelo governo dos Estados Unidos, que acredita que o local é um ponto de partida natural para que a Índia tenha um papel mais importante no leste da Ásia.

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Com suas tradições democráticas, a Índia pode "inspirar outros a seguir caminho semelhante de abertura e tolerância", disse Hillary. "A liderança da Índia tem o potencial de moldar positivamente o futuro da região Ásia-Pacífico", acrescentou. "Nós achamos que os Estados Unidos e a Índia compartilham uma visão fundamentalmente semelhante do futuro desta região."

Hillary anunciou que o governo de Barack Obama vai em breve lançar um diálogo triplo com a Índia e o Japão, antigo aliado norte-americano na contenção das ambições chinesas. Outra medida para atrair os olhos indianos para o leste foi o convite de Washington para que a Índia participe, pela primeira vez, como observadora do fórum anual da Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec, pela sigla em inglês), que os Estados Unidos vão organizar no Havaí em novembro.

A filiação ao grupo é limitada aos países e economias que estão no oceano Pacífico, o que não é o caso da Índia. Hillary foi cuidadosa ao não identificar explicitamente a China como o alvo dos esforços para cortejar a Índia como poder local. Mas suas declarações deixaram poucas dúvidas sobre as intenções norte-americanas.