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Medidas anticrise

EUA querem mais poder de intervenção e fiscalização

Geithner, secretário do Tesouro americano: bônus da AIG contêm uma “trágica injustiça” | Brendan Smialows
Geithner, secretário do Tesouro americano: bônus da AIG contêm uma “trágica injustiça” (Foto: Brendan Smialows)

Nova Iorque - O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos e o Fed (o banco central dos EUA) pediram ontem ao Congresso mudanças legais para que seja ampliado o poder de intervenção e fiscalização dos dois órgãos em mais instituições financeiras do país. Na prática, o Tesouro e o Fed querem uma legislação que garanta rápida intervenção, com o governo tomando as rédeas de empresas problemáticas do setor financeiro.

A FDIC, agência federal que regula o sistema bancário, já tem esse tipo de poder sobre os bancos comerciais. Pode assumir, liquidar ou vender se achar necessário. Mas isso não vale para seguradoras como a AIG e outras instituições financeiras.

Em depoimento a congressistas, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, e o presidente do Fed, Ben Bernanke, usaram o exemplo da AIG como justificativa para defender a ampliação de poderes dos dois órgãos. "O caso AIG contém uma trágica injustiça. Aqueles que foram prudentes e responsáveis em seus julgamentos profissionais e pessoais foram afetados pelas ações dos menos cuidadosos e menos prudentes’’, disse Geithner.

Bernanke disse que se tanto o Fed quanto o Tesouro tivessem maiores poderes de intervenção, a AIG, maior seguradora do mundo e hoje virtualmente quebrada, poderia ter sido colocada sob o comando e a proteção temporária das autoridades federais. "Isso facilitaria o trabalho de reguladores para que tentassem resolver os problemas de outra forma, protegendo os segurados’’, disse.

Bernanke afirmou ainda que uma regulamentação mais abrangente do mercado teria impedido que a AIG fizesse uma série de operações consideradas "exóticas" e sem nenhum relação com o mercado de seguros. A AIG atuou no mercado de "credit-default swaps" (CDS), instrumento financeiro que funciona como uma espécie de seguro para perdas de investidores. Como os CDS não eram regulados pelas autoridades, a AIG não fez o que faz normalmente nas suas operações de seguro: provisões para eventuais perdas. O prejuízo da AIG em 2008, de US$ 99,3 bilhões, marcou um recorde histórico entre as maiores perdas corporativas nos EUA. A seguradora também virou motivo de escândalo ao anunciar o pagamento de US$ 165 milhões em bônus a executivos que ajudaram a quebrar a empresa.

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