O escândalo de fraudes em testes de poluentes exalados por motores a diesel de veículos da Volkswagen ganhou novas proporções nesta segunda-feira (2). Autoridades norte-americanas encontraram excesso também nas emissões de esportivos de luxo das marcas Porsche e Audi, que pertencem à companhia alemã.
A EPA (Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos) informou ter encontrado óxido de nitrogênio em níveis até nove vezes maiores do que o permitido em testes realizados em uma série de veículos com motores de três litros. Entre eles estão os modelos Volkswagen Touareg 2014, Porsche Cayenne 2015 e Audi A6 Quattro 2016.
De acordo com a agência, as novas fraudes em testes atingem 10 mil veículos, que vão desde ano/modelo 2014 até ano/modelo 2016, os quais começaram a ser vendidos há poucos meses.
A Volkswagen segue disposta a colaborar com as investigações, após ter admitido que instalou em 11 milhões de veículos a diesel pelo mundo um sistema que fraudava testes de detecção de poluentes em várias marcas.
O escândalo veio à tona em 18 de setembro, quando a Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos EUA acusou a empresa de usar um software que faz com que os carros com motorização TDI (turbodiesel), como o Golf, o Passat o Jetta, pareçam menos prejudiciais ao meio ambiente do que de fato são.
Isso levou o governo americano a obrigar a Volkswagen a realizar um recall de quase meio milhão de carros.
Fraude
De acordo com reportagem do jornal alemão “Bild am Sonntag”, a fraude ocorre desde 2008. Por não encontrarem uma fórmula que os permitisse cumprir ao mesmo tempo os limites de emissões de poluentes como o de custos, engenheiros teriam recorrido naquele ano ao software para evitar que um projeto que era de grande importância para a companhia tivesse que ser paralisado.
O motor teria começado a ser produzido em série não só para o mercado americano, mas para o mundial.
No Brasil, o único modelo com motorização semelhante à envolvida na fraude global é picape média Amarok, que é produzida na Argentina e tem motor 2.0 turbodiesel. Mais de 17 mil unidades, produzidas entre 2011 e 2012, possuem o dispositivo que otimiza artificialmente os números medidos em laboratórios, segundo a empresa.
No fim do mês passado, o Ibama informou que abriu uma investigação para saber se a fraude também ocorreu no mercado brasileiro.