A Eucatex, controlada pela família Maluf, pretende quitar até o final de janeiro cerca de 80% de suas dívidas de aproximadamente R$ 300 milhões inscritas no plano de recuperação judicial homologado na 3ª Vara Cível da Comarca de Salto. No próximo dia 8, a companhia inicia a convocação dos cerca de mil fornecedores com os quais está inadimplente para estruturar um plano de pagamentos de curto prazo. Na semana passada, a empresa transferiu sete fazendas de pinus e eucalipto, avaliadas em R$ 200 milhões, para o Bradesco, Itaú BBA e Unibanco, com quem tinha dívidas provenientes de empréstimos.
De acordo com o advogado da Eucatex, Paulo Guilherme de Mendonça Lopes, restarão pouco menos de 20% da dívida a serem pagas, em um prazo de até 10 anos. " A empresa deve aos fornecedores algo entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões e os pagará, quase integralmente, já em janeiro, com dinheiro da empresa " , afirma ele. " Aqueles que não aceitarem os valores receberão o dinheiro por consignação de pagamento " , diz o advogado.
As três instituições financeiras que ficaram com as fazendas da Eucatex ainda tem R$ 18 milhões a receber da empresa. De acordo com Lopes, essa quantia será dividida em 12 parcelas. Outros US$ 30 milhões que são devidos a credores estrangeiros serão pagos no prazo de 10 anos. " Conseguimos um deságio de cerca de 60% nas dívidas externas porque eles não quiseram aceitar as fazendas em pagamento", diz.
Dentro do plano de recuperação a Eucatex também vai ceder parte de seu capital para quitar as dívidas. Bradesco e Petros, o fundo de pensão dos funcionário da Petrobras, se tornarão acionários da Eucatex. Os dois grupos têm debêntures da empresa, que estão sendo convertidas em ações. Pelos cálculos da Eucatex, Petros e Bradesco deverão ficar, juntos, com uma participação que deve variar entre 5% e 7% do capital total da companhia.
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