Para o economista americano Paul Krugman, o fluxo excessivo de capitais ao Brasil é um dos maiores problemas que o país enfrentará daqui para a frente. Segundo o Nobel de Economia de 2008, o país tende a atrair capitais por conta dos juros baixos pelo mundo. O economista afirmou que há uma euforia dos mercados em relação ao Brasil e que o excesso de otimismo pode ser prejudicial ao país.
Para Krugman, o governo brasileiro foi "prudente ao taxar o capital externo destinado a operações com ações brasileiras, mas ressaltou que a medida pode não ser suficiente.
"Talvez seja o momento de as autoridades brasileiras dizerem: Estamos melhores do que fomos, mas não somos tão bons assim, não amem tanto a gente", disse ele. "Tenho um pouco de aplicações em títulos do Brasil. Mas acho que as pessoas estão gostando demais desse tipo de investimentos", complementou.
Krugman disse que o Brasil entrou na crise global com um perfil econômico melhor do que nas ocasiões anteriores. "O Brasil conseguiu, pela primeira vez, lidar bem com a crise, porque seu endividamento estava menor, e a inflação, sob controle. Foi possível cortar juros no momento certo. O Brasil, então, pôde se comportar como um país mais avançado, disse o economista, no Brasil para participar da 9ª Edição da Expo Management, em São Paulo.Krugman, porém, afirmou que os mercados depositam uma confiança irracional no país. "O Brasil se saiu muito bem dessa crise. Por isso, vocês estão com tudo. Mas isso não quer dizer que o Brasil vá virar uma superpotência no ano que vem, embora os mercados ajam como se fosse assim, disse. Ele disse também que o atual nível de câmbio pode gerar efeitos negativos sobre as exportações e agravar o déficit das contas correntes.
Serviço: As colunas de Paul Krugman são publicadas pela Gazeta do Povo todas as segundas-feiras.