Os líderes da União Europeia devem realizar uma cúpula emergencial, depois de os ministros das Finanças da região reconhecerem pela primeira vez que algum forma de moratória da dívida grega possa ser necessária para reduzir a dívida do país e interromper o contágio de Itália e Espanha.
"Haverá uma cúpula extra na sexta-feira", disse um diplomata europeu à Reuters, sugerindo um senso de urgência por parte das autoridades depois de os mercados começarem a vender ativos italianos.
Uma fonte do governo francês disse que Paris é a favor de um encontro, mas que o dia não teria sido fixado, enquanto o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, disse não descartar uma reunião.
Mais cedo, o ministro das Finanças alemão disse que um segundo pacote de resgate para a Grécia teria de esperar até setembro, depois de os ministros das Finanças da zona do euro efetivamente terem aceitado que o envolvimento do setor privado provavelmente significaria um default seletivo. O Banco Central Europeu (BCE) se opõe a uma moratória.
"Temos que desatar o nó, um nó muito difícil", disse o ministro das Finanças holandês, Jan Kees de Jager, a jornalistas.
Questionado sobre se um default seletivo seria agora provável, ele respondeu que "não é mais excluído. Obviamente o BCE disse em comunicado que não apoia essa posição, mas os 17 ministros (da zona do euro) não excluem mais isso, então temos mais opções".
Participantes disseram que uma recompra de dívida grega no mercado secundário e uma proposta alemã para uma troca de dívida por vencimentos mais longos estão sendo consideradas, depois que uma proposta francesa para rolar bônus não fez muito progresso.
Ambos os planos devem ser considerados pelas agências de rating como um default, ou, na melhor das hipóteses, um default seletivo, o que apesar de não cobrir toda a dívida grega e poder ser revertido rapidamente, teria grande repercussão sobre os mercados financeiros.