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Tensão no mercado

Europa fecha em queda, Bovespa cai mais de 9% e dólar dispara

Os índices das principais bolsas européias terminaram em baixa nesta quinta-feira, 2, pressionados pelo aumento no pedido de auxílios-desemprego nos EUA e pela diminuição das encomendas para a indústria. A aprovação no Senado do plano de ajuda às instituições financeiras norte-americanos também não conseguiu restaurar a confiança dos investidores. Às 15h37, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ampliava as perdas e caía mais de 9,24%, aos 45.706 pontos. O dólar comercial disparou para acima de R$ 2,00 durante a manhã. Nesta tarde, é vendido a R$ 2,0290. Nos EUA, o índice Dow Jones cedia 2,91% e a Nasdaq recuava 3,86%.

A percepção de que o pacote não vai livrar a economia dos EUA de uma recessão e o receio quanto ao resultado da votação na Câmara, onde o plano foi rejeitado na segunda-feira, mantêm os investidores pessimistas. Segundo um assessor do partido democrata, a votação terá início às 13h30 de sexta-feira. Na Europa, os papéis dos setores de mineração, químicos e automóveis foram especialmente prejudicados pelos dados da economia norte-americana, que sugerem contração da economia.

Os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA subiram para 497 mil - maior nível desde 29 de setembro de 2001 -, enquanto as encomendas para a indústria recuaram para o menor valor em dois anos. Após a aprovação do pacote de auxílio ao mercado financeiro pelo Senado norte-americano, na noite de quarta-feira, os investidores mostraram mais cautela.

Na zona do euro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve a taxa de juros em 4,25%. Contudo, na entrevista coletiva que se segue ao anúncio da decisão de política monetária, o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, reconheceu que houve discussões sobre um corte na taxa durante a reunião do conselho. A suavização da política monetária de curto prazo do BCE impulsionou os bancos europeus. As ações do Fortis avançaram 12%, enquanto as do Allied Irish Banks subiram 8%. ING subiu 2,5%.

O banco suíço UBS disse que terá um lucro modesto no terceiro trimestre deste ano em decorrência de um corte substancial nas posições relacionadas a hipotecas. As ações subiram 8,12%.

Em Londres, o índice FTSE 100 fechou em baixa de 89,30 pontos, ou 1,80%, para 4.870,3 pontos. O índice DAX, na Bolsa de Frankfurt, recuou 145,70 pontos, ou 2,51%, para 5.660,63. Em Paris, o índice CAC-40 teve declínio de 91,26 pontos, ou 2,25%, para 3.963,28 pontos. Já o índice IBEX-35, na Bolsa de Madri, encerrou em queda de 180,20 pontos, ou 1,61%, para 11.002,30 pontos.

Nos EUA, a Securities and Exchange Commission (SEC, a CVM norte-americana) decidiu prorrogar sua medida de emergência temporária que proíbe as operações de vendas a descoberto em ações de companhias financeiras. A medida foi anunciada no final da noite de quarta-feira. A SEC disse que a proibição sobre as vendas a descoberto, que deveria vencer nesta quinta, permanecerá em vigor para dar tempo para o Congresso trabalhar sobre o pacote de socorro para o setor financeiro, mas não irá se estender para além da meia-noite do dia 17 de outubro.

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