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Líderes do Eurogrupo, Jeroen Dijsselboem, Jean-Claude Juncker e Donald Tusk anunciaram o acordo. | Olivier Hoslet/EFE
Líderes do Eurogrupo, Jeroen Dijsselboem, Jean-Claude Juncker e Donald Tusk anunciaram o acordo.| Foto: Olivier Hoslet/EFE

O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, enfrenta um impasse com rebeldes do seu próprio partido, furiosos com a rendição às exigências alemãs para um dos pacotes de austeridade mais abrangentes já exigidos de um governo da zona do euro. Apenas horas depois de um acordo no qual a Grécia entregou grande parte da sua soberania a uma supervisão externa em troca de concordar com negociações sobre um resgate de 86 bilhões de euros, as dúvidas surgiam sobre se Tsipras seria capaz de manter seu governo unido.

Os termos impostos pela União Europeia (UE) liderada pela Alemanha, em negociações que duraram a noite toda no último domingo (12) em uma cúpula de emergência, obrigaram Tsipras a abandonar as promessas de acabar com a austeridade.

Em vez disso, ele precisará aprovar uma legislação para cortar pensões e aumentar impostos, entre outras medidas. O premiê também deve separar 50 bilhões de euros em ativos do setor público para serem vendidos sob a supervisão de credores estrangeiros e ter todo esse pacote aprovado no Parlamento até quarta-feira (15).

O próprio Tsipras, eleito para acabar com cinco anos de austeridade sufocante na Grécia, disse que havia “lutado uma dura batalha” e “evitado o plano de estrangulamento financeiro”. No entanto, para conseguir o acordo no Parlamento até quarta, ele terá que confiar em votos dos partidos da oposição, levantando grandes questões sobre o futuro de seu governo e abrindo a perspectiva de eleições antecipadas.

Rebeldes de esquerda no partido governista, o Syriza, e seu parceiro de coalizão indicaram que não irão descumprir as promessas eleitorais que os levaram ao poder em janeiro. “Não podemos concordar com isso”, disse o líder do partido Gregos Independentes, Panos Kammenos, após reunião com Tsipras. “Em uma democracia parlamentarista, há regras e nós nos mantemos firmes a elas”.

Acordo condicional

Se a cúpula sobre o terceiro resgate à Grécia tivesse falhado, o país estaria diante de um abismo econômico com seus bancos à beira do colapso e da perspectiva de ter que imprimir uma moeda paralela e deixar a zona do euro. “O acordo foi trabalhoso, mas foi concluído. Não há saída da Grécia [da zona do euro]”, disse o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, após 17 horas de discussões.

outro calote

A Grécia não conseguiu realizar o pagamento de 450 milhões de euros referentes à segunda parcela do empréstimo concedido pelo Fundo Monetário Internacional, cujo prazo terminou nesta segunda (20). Esta foi a segunda dívida com o FMI que a Grécia deixou de honrar. Em 30 de junho, o país não pagou a primeira parcela de 1,6 bilhão de euros.

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