As autoridades europeias estavam determinadas a defender seus planos de austeridade nesta quinta-feira, antes de uma cúpula do G20 que deve confrontar pedidos de controle fiscal com alertas de que os pesados cortes de gastos estatais ameaçam a recuperação econômica.
O presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, disse que é errado alegar que a austeridade orçamentária causa estagnação, enquanto a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que seu país manterá os planos de economizar 80 bilhões de euros nos próximos quatro anos, o maior programa de cortes fiscais desde a Segunda Guerra Mundial.
"Nós aplicaremos as medidas que nós acordamos", disse Merkel em entrevista à TV alemã ARD na manhã desta quinta-feira. "Eu acredito que nós não devemos relaxar."
Após ganhar admiração por guiar a economia global durante a crise financeira, o G20 viu divisões surgirem divisões entre suas potências sobre qual prioridade de política econômica deve ter mais importância -- apoiar o ainda instável crescimento ou encolher os déficits orçamentários.
Líderes do G20 irão se reunir em Toronto neste fim de semana e a versão inicial do comunicado da cúpula, obtido pela Reuters e datado de 11 de junho, afirmava que a recuperação é "desigual e frágil", mas, ao mesmo tempo, alertava contra a complacência.
"Desafios fiscais em muitos países estão criando volatilidade no mercado, e pode ameaçar seriamente a recuperação e enfraquecer as perspectivas de crescimento de longo prazo", dizia o documento.
Os Estados Unidos advertiram contra retirar os estímulos à economia muito cedo, tendo em mente que o corte de gastos pelo governo do país na década de 1930 prolongou a Grande Depressão.
Mas a Europa está em um caminho diferente. A reação dos mercados contra países gerou cortes fiscais em todo o continente, com os governos tentando controlar os gastos.