Os países da zona do euro rejeitaram mais uma vez o apelo da Grécia para um socorro financeiro e decidiram esperar o plebiscito marcado no país para o próximo domingo (5).
A informação foi anunciada pelo presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem, após reunião nesta quarta-feira (1º). “Não haverá mais conversas nos próximos dias entre o grupo do euro, instituições e autoridades gregas sobre propostas ou financiamentos”, disse.
Grécia faz novo apelo por socorro e abre bancos para aposentados
Segundo o jornal “Financial Times”, o primeiro-ministro Alexis Tsipras enviou uma nova carta aos membros do bloco em que aceita algumas das condições impostas pelos credores na semana passada
Leia a matéria completaA decisão praticamente encerra o diálogo até domingo (5), dia da consulta popular sobre o assunto. O movimento do bloco da moeda única segue a linha do discurso da chanceler alemã, Angela Merkel, de apostar na vitória do “sim”, a favor de uma negociação com os credores, na votação de domingo, enfraquecendo o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, que faz campanha pelo “não”.
Em uma carta enviada ao bloco após o calote de 1,6 bilhão de euros no FMI nesta terça (30), o governo da Grécia recuou e disse estar “preparado para aceitar” medidas exigidas por credores. Tsipras afirmou que aceita algumas das condições impostas na semana passada, quando ainda se negociava a suspensão da dívida com o FMI e a prorrogação de um empréstimo vencido nesta quarta. O novo resgate seria de 30 bilhões de euros.
Na tarde desta quarta (1º), o primeiro-ministro fez um pronunciamento confirmando o plebiscito no domingo e reafirmando seu desejo para que os gregos votem “não”. “O ‘não’ não é um slogan, mas um passo decisivo em direção a um acordo melhor. Não significa romper com a Europa, mas devolver a ela seus valores”, afirmou o premiê, em pronunciamento na televisão.
“O plebiscito não é sobre deixar ou não a zona do euro”, ressaltou. Ele reafirmou que os depósitos bancários estão garantidos em meio ao fechamento dos bancos determinado por seu governo há dois dias. Afirmou que os gregos não perderão seus recursos por causa de “chantagem” (dos credores).
Tsipras disse estar “ciente” das dificuldades, lamentou as longas filas em bancos, mas prometeu que são “temporárias”.
Aposentados
Os bancos abriram nesta quarta (1º) para os aposentados, que podem sacar até 120 euros por dia, enquanto os demais, somente em caixas eletrônicos, 60 euros.
Não havia confusão nas agências visitadas pela reportagem em Atenas, mas imagens de fila e empurra-empurra foram registrados em alguns locais.
O país tem 2,6 milhões de aposentados recebendo em média 882 euros por mês.
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