O governo francês anunciou na segunda-feira (9) um novo pacote bilionário de socorro à indústria automobilística - setor que representa 1% do Produto Interno Bruto (PIB) e emprega 10% da população economicamente ativa do país. Mas o "pacto automotivo" chegou repleto de mensagens protecionistas, abriu uma disputa diplomática dentro da própria Europa e forçou uma convocação de emergência de uma cúpula do bloco de 27 países.

CARREGANDO :)

A crise começou quando o presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou que queria que as montadoras usassem os recursos em território francês, e não em suas fábricas no Leste Europeu. "Se damos dinheiro a um setor, não é para que construa uma nova fábrica na República Checa ou em outro lugar", afirmou Sarkozy na semana passada. "É normal que, se damos dinheiro público, haja uma contrapartida".

A declaração provocou protestos na República Checa. Para Praga, que ocupa a presidência da União Europeia neste semestre, a medida de Sarkozy é "claramente protecionista". Na seguinda-feira (9), o primeiro-ministro checo, Mirek Topolanek, convocou uma cúpula da UE para o fim do mês com o objetivo de permitir maior coordenação entre os governos da Europa ao lançar pacotes de ajuda. Ele alertou ainda que o comportamento de Sarkozy põe em risco a ratificação do Tratado de Lisboa. "É inacreditável. Os últimos impulsos protecionistas, como o de Sarkozy, me levaram a chamar uma reunião extraordinária", disse Topolanek.

Publicidade

O presidente francês já tinha causado mal-estar ao também criticar a forma pela qual o Reino Unido estava lidando com a crise. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Veja também
  • "Catástrofe" do setor automotivo agora é global, diz Peugeot
  • Barclays tem lucro de US$9 bilhões em 2008, mercado olha EUA
  • Grifes estrangeiras desembarcam no Brasil, apesar da crise
  • Brasil pode acionar OMC contra protecionismo, diz jornal