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Os ministros de Finanças da Eurozona buscam nesta segunda-feira (23) em Bruxelas selar um acordo que permita à Grécia, a beira da quebra, reduzir sua dívida com os bancos privados e afinam para isso o plano europeu anticrise, sob a gigantesca pressão de "evitar o contágio da crise" no mundo inteiro.

A diretora-gerente do Fundo Monetário internacional (FMI), Christine Lagarde, advertiu que se não houver uma reação vigorosa dos governos europeus, "corremos o risco de sofrer um episódio digno dos anos 30", quando a grave crise econômica gerou no continente um amplo movimento protecionista e nacionalista, facilitando a emergência do fascismo.

A Comissão Europeia, no entanto, disse que espera que se alcance um acordo para reduzir a dívida rega, "preferencialmente esta semana", estendendo o prazo inicial, que previa a decisão para esta segunda-feira (23).

Os ministros da União Monetária, integrada por 17 países da União Europeia, se reunirão nesta segunda-feira em Bruxelas. Segundo o diretor do Instituto para Finanças Internacionais (IIF), Charles Dallara, os credores privados da Grécia apresentaram sua oferta "máxima" sobre o que estão dispostos a suportar como perda.

"Nossa proposta (...) é a proposta máxima que pode ser feita em um programa de socorro tido como 'voluntário'", disse Dallara.

O objetivo da negociação em Atenas é que os banqueiros aceitem voluntariamente perdoar 100 bilhões de euros da dívida pública grega para evitar uma quebra desordenada do país. A ideia é reduzir o peso da dívida de 162% (350 bilhões de euros) do Produto Interior Bruto (PIB) para 120% em 2020, mediante uma troca de títulos.

Contudo, ainda é preciso definir os juros dos novos títulos a serem emitidos pela Grécia e a magnitude exata das perdas dos bancos.

O resultado dessas negociações dependerão ainda do desbloqueio de 130 bilhões de euros de um segundo plano de resgate para Grécia por parte de seus credores institucionais: o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia.

A Grécia já tem os dias contados: no dia 20 de março o país deve pagar o vencimento de uma dívida de 14,500 bilhões de euros.

As reuniões dos ministros de Finanças, que continuarão na terça-feira, somadas à reunião de dirigentes europeus de 30 de janeiro, são consideradas cruciais para acelerar a saída da Europa da crise da dívida.

Contudo, ainda existem vários assuntos espinhosos por resolver. Entre eles a definição do sucessor de José Manuel González-Páramo, membro do Comitê Executivo do Banco Central Europeu, cujo posto vence em maio.

Os ministros e dirigentes europeus tentam definir o pacto fiscal para a Eurozona e os países europeus que querem aderir a ela, que prevê um rigoroso controle do déficit estrutural (que não poderá ser superior a 0,5% do PIB) e da dívida.

Do contrário, os países europeus poderão denunciar os infratores ante o Tribunal de Justiça Europeia.

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