Os ministros de Economia da Eurozona, reunidos nesta terça-feira (29) em Bruxelas, aprovaram a liberação do lote de 8 bilhões de euros de ajuda à Grécia e devem também potencializar seus instrumentos financeiros, diante da expectativa dos mercados e da comunidade internacional, que multiplica os pedidos à Europa para que ponha fim à crise da dívida.
Segundo uma fonte diplomática europeia, "a zona do euro desbloqueou o tão esperado lote de 8 bilhões de euros do empréstimo de 110 bilhões concedidos em 2010 à Grécia". Logo será a vez do FMI, outro dos credores da Grécia, liberar um lote de ajuda, dizem analistas de mercado.
Vital para evitar a quebra antes de 15 de dezembro, o sexto lote de ajuda estava condicionado a que o novo governo da Grécia ratificasse por escrito o acordo feito em Bruxelas em outubro, que contempla mais ajuda em troca de mais medidas de austeridade.
O novo governo de união nacional dirigido por Lucas Papademos ficou encarregado de aplicar as reformas exigidas para por em marcha este plano de resgate.
O líder do partido grego de direita, Antonis Samaras, disse recentemente em uma carta dirigida aos credores do país (UE, FMI e BCE) que "apoia os objetivos" do plano europeu de resgate da Grécia, apesar de segundo ele há ainda modificações a serem feitas.
"O novo partido de direita, Nova Democracia, apoia plenamente os objetivos de ajuste orçamentário destinados a eliminação do déficit orçamentário", disse ele.
O reforço do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) - que conta atualmente com 250 bilhões de euros, após as ajuda concedidas a Irlanda e Portugal - é outro dos principais temas debatidos nesta reunião, que servirá de preparação para a reunião europeia de 8 e 9 de dezembro.
A ideia é potencializar o fundo para que ele possa ser capaz de resgatar a Itália e a Espanha caso seja preciso. Rumores de mercado cogitam uma ampliação para 1 trilhão de euros.
Também o novo primeiro-ministro italiano, Mario Monti, apresentará seus planos para reduzir a colossal dívida italiana de 1,9 trilhão de euros e mostrar um país reformado após a era de Silvio Berlusconi.
Os pedidos desesperados à Europa para que atue rapidamente ante a crise se multiplicam, ao mesmo tempo em que aumentam as advertências de que o euro tem seus dias contados.
"Os europeus precisam agir com força e determinação", disse o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, num encontro realizado ontem na Casa Branca com dirigentes europeus.
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