Perda
CCVB minimiza encolhimento do Estação Convention Center
Com a diminuição do espaço de eventos do Estação Convention Center, o setor pode perder certa competitividade localmente, mas o impacto não deve ser tão grande, avalia Dário Paixão, presidente da Curitiba Convention & Visitors Bureau (CCVB). Até agosto deste ano, o Estação Convention era um dos principais centros de eventos da cidade, mas teve sua operação drasticamente reduzida dos 2,7 mil lugares, passou para 1,5 mil , passando a trabalhar apenas com eventos de menor porte.
Na opinião de Paixão, Curitiba deve perder parte do apelo que tinha para trazer grandes eventos, já que a localização central do Estação é um atrativo, mas uma parcela do movimento poderá ser redistribuída para outros locais. De acordo com as estimativas do presidente do CCVB, a cidade teria a capacidade de receber 10 mil pessoas em eventos simultâneos. "Perder um espaço de eventos com aquela capacidade e numa região central da cidade é algo representativo. Para os mais pessimistas, isso poderia representar uma queda de até 40% no movimento da cidade. Mas não acreditamos nisso. Curitiba continuará atraindo eventos grandes e deverá distribuí-los por outros espaços", diz.
Segundo Paixão, os maiores candidatos para receber futuros grandes eventos são o Centro de Integração dos Trabalhadores e Empresas do Estado do Paraná (Cietep), o Expotrade, em Pinhais, e o ExpoUnimed. Outro local com grandes chances de herdar parte dos encontros do Estação é o ExpoBarigui, antigo Pavilhão de Eventos do Barigui, e que passou a ser controlado pelo consórcio Positivo/J. Malucelli. Sua inauguração está prevista para o ano que vem.
O setor de eventos de Curitiba, que já acumula um crescimento de 22,7% em 2011 na comparação com o ano passado apesar do encolhimento no Estação Convention , planeja manter o ritmo em 2012. Segundo um levantamento feito pelo Curitiba Convention & Visitors Bureau (CCVB), instituto que trabalha no fomento do setor, o número de eventos realizados na capital no ano que vem deve ser 25% maior que o deste ano, com os participantes trazendo a marca inédita de R$ 1,1 bilhão para a cidade.
Para o presidente do CCVB, Dário Paixão, o movimento se encaixa em um cenário mais amplo, que voltou a apresentar bons números após episódios como a crise de 2008 e a epidemia de gripe A. "Os números ainda carregam o peso de uma base bem baixa, de 2009, que foi um ano muito ruim para o setor. De qualquer forma, eles já mostram que este mercado está bem recuperado, amadurecido, e também que Curitiba soube se reorganizar", diz Paixão.
Público
Nas estimativas do CCVB, 572,4 mil pessoas devem vir a Curitiba atraídas pelos eventos em 2012 o número segue o crescimento de 25% no número de encontros esperado para o período. O volume de dinheiro que esses turistas vão deixar na cidade deve ter alta mais tímida, de 17,2%, mas que já é suficiente para ultrapassar a marca ainda inédita de R$ 1 bilhão, de acordo com a entidade. "Se levarmos em conta o volume previsto de turistas, esse número é totalmente alcançável. E o importante é pensarmos que ele pode servir de incentivo para novos investimentos em toda a cadeia produtiva que gira em torno do turismo e dos eventos", afirma Raquel Panke Apolo, diretora do curso de Turismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
De acordo com a especialista, a continuidade de crescimento do setor dependerá de investimentos tanto em infraestrutura quanto em qualificação profissional nas diversas áreas envolvidas no setor. Alguns dos índices divulgados pela CCVB já indicam o grande movimento que a cidade vai enfrentar em 2012, o que pressupõe a necessidade de uma estrutura que dê conta de receber os visitantes. O número de dias de eventos em Curitiba já dá uma ideia disso. Com o aumento do total de encontros combinado à duração média deles, que também deve ser ampliada, a expectativa é de que a cidade receba o equivalente a 1.130 dias em eventos durante todo o ano de 2012.
Crescimento tem "prazo" para acabar
O bom crescimento do setor de eventos previsto para 2012 pode durar "por mais alguns anos", segundo Dário Paixão, presidente do Curitiba Convention & Visitors Bureau (CCVB). No entanto, acrescenta, o setor precisa ter consciência de que este boom não vai durar muito. Entre os pontos necessários para a manutenção do alto crescimento está a confirmação das condições de infraestrutura já planejadas para a cidade, que incluem novos hotéis, novos centros de eventos e também a qualificação de mão de obra.
"Isso já vem acontecendo na cidade e, juntamente com os grandes eventos que vamos receber, tem deixado Curitiba na vitrine para a captação de eventos e até já colhendo os frutos disso. Mas, para os próximos anos, é preciso que os investimentos públicos e privados continuem sendo feitos", diz Raquel Panke Apolo, diretora do curso de Turismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
De acordo com Paixão, a tendência é de certa acomodação do mercado. "Até a Copa do Mundo, o setor deve continuar em expansão, mas logo depois disso já deve apresentar um crescimento bem moderado", afirma. Segundo o presidente do CCVB, este movimento poderá ser mantido pela oferta de eventos de médio porte e também pelos promovidos por segmentos que têm apostado na modalidade, como as áreas de tecnologia da informação e design.
Governadores e oposição articulam derrubada do decreto de Lula sobre uso da força policial
Tensão aumenta com pressão da esquerda, mas Exército diz que não vai acabar com kids pretos
O começo da luta contra a resolução do Conanda
Governo não vai recorrer contra decisão de Dino que barrou R$ 4,2 bilhões em emendas
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast