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Gás natural

Evo Morales: 'Queremos sócios e não patrões'

O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou nesta segunda-feira que quer "sócios e não patrões" dos recursos naturais de seu país. A afirmação foi feita em discurso na abertura da 47ª Reunião do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Belo Horizonte, em uma referência ao processo de nacionalização das reservas de gás natural do país. Morales, no entanto, garantiu que não haverá "expropriação" dos investimentos das companhias estrangeiras no país, entre elas a Petrobras.

- Não vamos expropriar ninguém. Vamos exercer o direito de propriedade dos nossos recursos naturais - afirmou o presidente.

Morales disse aindaesperar que a negociação entre o Brasil e a Bolívia envolvendo o mercado de gás natural seja satisfatória para as duas partes.

Ainda nesta segunda-feira, Morales tomou café da manhã com o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia e outras autoridades brasileiras.

No encontro, ficou decidido que, dentro de 10 dias, uma comissão de alto nível do governo boliviano virá ao Rio de Janeiro retomar as negociações sobre o mercado de gás com a Petrobras e o Ministério de Minas e Energia.

Ainda durante a reunião, foi firmado um pacto para que não sejam mais feitas declarações por funcionários do governo boliviano que criem um ambiente desfavorável às empresas brasileiras naquele país.

- Tentaram criar um clima de inimizade com o Brasil, como se nós estivéssemos buscando acordo com a Venezuela para prejudicar a Bolívia - disse Marco Aurélio Garcia. Ele se referia ao gasoduto que está sendo discutido há cerca de um ano pelos presidentes Lula, Néstor Kirchner (Argentina), e Hugo Chávez (Venezuela).

- A Petrobras não tem nenhum problema com a nacionalização, até porque o gás e o petróleo são propriedades do Estado brasileiro. Na verdade, as conversações se iniciam a partir do momento em que o petróleo sai da boca do poço - acrescentou.

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