Recuperação judicial
Baú teria assumido parte das dívidas
A empresa Baú da Felicidade Crediário comprou o setor de varejo das lojas da extinta Dudony em 2009. O valor pago foi de R$ 33,5 milhões R$ 25 milhões para saldar dívidas com credores e R$ 8 milhões destinados a quitar contas administrativas firmadas antes da venda. A compra fazia parte do plano de recuperação judicial.
Segundo o advogado Cleverson Colombo, que representa o ex-proprietário da Dudony, depois da venda, o Baú assumiu a dívida com os credores e de cunho administrativo. "O valor era de aproximadamente R$ 104 milhões, mas os credores deram desconto e, por isso, chegou-se ao valor final de R$ 33,5 milhões", explicou. A proposta de recuperação recebeu voto favorável de 75,7% dos credores (240 pessoas físicas e jurídicas). Caso a proposta não fosse aceita, a empresa seria declarada falida.
A Dudony tinha sede em Maringá, empregava cerca de 1,5 mil pessoas e contava com 110 lojas (incluindo 17 lojas virtuais, que fazem vendas por catálogo) distribuídas pelo Paraná (99) e São Paulo (11).
O Ministério Público do Paraná denunciou criminalmente Antônio Donisete Busíquia, dono da extinta Dudony, rede varejista de móveis e eletrodomésticos de Maringá que foi comprada no ano passado pelo grupo Baú da Felicidade. A promotoria conseguiu na Justiça o bloqueio de bens do empresário, mas teve o pedido de prisão preventiva negado. Diante da decisão, o promotor Maurício Kalache informou que deve recorrer nos próximos dias.De acordo com a ação, o MP acusa Busíquia de liderar um esquema criminoso que envolve a apropriação de lucros em detrimento do pagamento de credores, públicos e particulares. Segundo a denúncia, o empresário deixava de pagar fornecedores, assumia empréstimos bancários que não honrava e gastava os rendimentos na compra de dezenas de imóveis de alto padrão, veículos de luxo, entre outros bens. Além disso, teria criado pelo menos outras sete empresas para desviar dinheiro da Dudony. A mulher do empresário, Ana Márcia Messias Busíquia; os filhos Leonardo e Fernando Messias Busíquia; os irmãos Paulo Sérgio Busíquia, Geraldo Luiz Gonçalves e José Ramil Poppi; o contador Júlio Gonçalves Neto; e os funcionários da rede Mauro José de Farias e Eldo Moreno também foram acusados de participação no esquema.
Dívidas
De acordo com a denúncia, a dívida da Dudony, de mais de R$ 308 milhões, tem duas partes. Uma delas, no valor de R$ 104,6 milhões, é referente a bancos, fornecedores e funcionários. A outra, de R$ 203,6 milhões, é devida à Fazenda Pública Estadual. O advogado de Busíquia, Cleverson Colombo, afirma que a dívida de cerca de R$ 104 milhões entrou no plano de recuperação financeira, e o seu pagamento será feito entre 2012 e 2014.
Já o valor devido ao governo é contestado. "A quantia é de aproximadamente R$ 165 milhões, dos quais R$ 106 milhões foram parcelados e estão sendo pagos há dois anos. Além disso, o estado deve R$ 65 milhões para as empresas", explicou. O advogado ainda informou que Busíquia não foi comunicado oficialmente da denúncia até a noite de ontem.
Negociação
A extinta Dudony era formada pelas empresas Dismar Distribuidora Maringá de Eletrodomésticos e Markoeletro Comércio de Eletrodomésticos. Segundo Colombo, o Baú da Felicidade comprou apenas o varejo das duas empresas. O atacado continua pertencendo a Busíquia.
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