Ex-integrantes do Banco Central Europeu (BCE) criticaram os sinais dados esta semana pela autoridade monetária de que pode comprar bônus de países problemáticos da zona do euro para ajudar a reduzir os custos de financiamento para esses governos.
"A estabilidade monetária está sob grande risco no médio prazo", disse Otmar Issing, ex-economista do BCE, ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung. O ex-membro do conselho executivo do BCE Juergen Stark também reiterou suas críticas às compras de bônus. "A política monetária está há muito tempo preocupada com tarefas, para as quais não tem mandato. (O BCE) se encontra em um conflito de interesses e está perdendo a sua independência", disse Stark ao jornal.
Na quinta-feira, o presidente do BCE, Mario Draghi, deu a entender que a instituição vai comprar bônus de países problemáticos da zona do euro. Ele disse também que essas compras ocorreriam apenas sob condições rigorosas e depois que países com problemas, como a Espanha e a Itália, fizessem uma solicitação de ajuda financeira.
Segundo Issing, essas compras podem colocar muitos bônus de valor mais baixo no balanço do BCE. Se houver baixa contábil desses ativos, os contribuintes ficarão em situação difícil, disse Stark na entrevista, que será publicada na edição de domingo do jornal.
Issing também classificou como "comentário negligente" a ideia de que o BCE poderia facilmente reabsorver a liquidez adicional do mercado. Embora o banco central tenha ferramentas à disposição para fazer isso, reabsorver o dinheiro será difícil. Ninguém sabe quais serão as consequências da liquidez adicional, argumentou, lembrando que o Federal Reserve e outros bancos centrais também inundaram os mercados com dinheiro. "Há uma abundância de liquidez global, que mais cedo ou mais tarde vai exercer seus efeitos prejudiciais." As informações são da Dow Jones.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Enquete: como o Brasil deve responder ao boicote de empresas francesas à carne do Mercosul?
“Esmeralda Bahia” será extraditada dos EUA ao Brasil após 9 anos de disputa
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast