A Óleo e Gás Participações, ex-OGX, vai propor aos acionistas que a administração da petroleira seja remunerada em R$ 21 milhões em 2014, o que representa quase 81% do caixa disponível da companhia no fim de dezembro, que era de R$ 26 milhões. Em assembleia marcada para 2 de maio, a administração recomendará a reeleição do empresário Eike Batista, controlador da companhia, como presidente do Conselho de Administração por 1 ano, segundo documento enviado hoje à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A Óleo e Gás protagonizou, em outubro de 2013, o maior pedido de recuperação judicial da história por uma empresa latino-americana, após o fracasso de sua bilionária campanha exploratória. A petroleira, que já foi considerada o ativo mais precioso de Eike, teve prejuízo de R$ 17,4 bilhões no ano passado.
A proposta da administração que será apreciada pelos acionistas no começo do próximo mês contempla ainda a recondução de Eliezer Batista da Silva, pai de Eike, ao cargo de vice-presidente do Conselho, além da reeleição dos outros cinco conselheiros atuais, três deles independentes.
Apenas para os membros do Conselho e eventuais integrantes de comitês ligados ao órgão são estimados pagamentos de cerca de R$ 8 milhões neste ano. Desse montante, R$ 6 milhões estão atrelados à aprovação do plano de recuperação judicial, que ainda depende do aval de credores.
Os R$ 13 milhões restantes destinam-se à diretoria, "distribuídos em pagamento de pro labore, benefícios, remuneração baseada em ações e outros pagamentos condicionados à aprovação do plano de recuperação judicial". Os valores propostos para remuneração da administração "são líquidos de tributos e encargos de qualquer natureza", segundo a companhia.