Por falta de amparo legal, a petroleira Óleo e Gás Participações (ex-OGX) decidiu suspender o leilão de equipamentos, móveis e utensílios de escritório previsto para encerrar nesta quarta-feira, 12. Em recuperação judicial, a companhia do empresário Eike Batista tinha colocado à venda desde computadores até xícaras personalizadas com o antigo emblema da petroleira na expectativa de arrecadar, pelo menos, R$ 76 mil.
A cifra é pequena diante da atual dívida da empresa, calculada em R$ 13,3 bilhões. Para realizar o leilão, a ex-OGX teria que ter o aval do juiz responsável pela recuperação. Mas, a petroleira não chegou a solicitar autorização por considerar o valor dos itens irrisório. O problema é que, apesar do baixo valor unitário, mobiliários e utensílios de escritórios são considerados bens permanentes de uma companhia e precisam do sinal verde da Justiça para serem vendidos durante uma recuperação judicial.
Apesar de suspenso, até o início da noite de hoje, o site de leilões online Sold continuava disponibilizando a lista com os 718 lotes colocados à venda pela petroleira de Eike Batista. Segundo fontes, a ex-OGX não abandonou a intenção de realizar o leilão. A intenção é solicitar a autorização à Justiça e realizar a venda ao longo dos próximos dias.
Aberto no dia 27 de fevereiro, os lances iniciais no site iam de R$ 20 até R$ 500 por lote. A lista incluía ainda notebooks, frigobares, mesas, cadeiras, telefones, sanduicheiras, pratos, cafeteiras e garrafas térmicas, copos, lixeiras, persianas e móveis de escritório. Os valores pedidos no lance inicial ficam bem abaixo do cobrado pelo varejo. Procurada, a empresa não comentou o assunto.
Recuperação
A OGX entrou com pedido de recuperação judicial no fim de outubro do ano passado, em meio à crise de confiança que atingiu a companhia. A petroleira de Eike Batista, que foi rebatizada de Óleo e Gás Participações (OGpar) em dezembro, começou a enfrentar problemas em junho de 2012, ao anunciar produção abaixo da expectativa. No fim de 2013, a empresa fechou um acordo com os grandes detentores dos títulos da sua dívida bilionária. O acerto previu a injeção de novos recursos na companhia por investidores internacionais e a conversão da dívida de cerca de US$ 5,8 bilhões em participação acionária.