Uma corte especial islandesa considerou culpado o ex-primeiro-ministro Geir Haarde por negligência durante a crise financeira de 2008 que atingiu o país.

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No entanto, a mesma corte não estipulou qualquer punição para o político, até o momento o único líder a enfrentar um processo na justiça pela crise econômica que se alastrou pelo planeta há cerca de quatro anos.

Também foi decidido que as despesas do processo sejam pagas pelo Estado. Apesar do veredicto ter 500 páginas, apenas um breve sumário foi divulgado.

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Haarde foi acusado de negligência por ignorar os avisos que recebeu sobre um iminente colapso de bancos, crime pelo qual poderia ser condenado a uma pena de até dois anos de prisão.

"Rejeito todas as acusações e acredito que não têm fundamento", disse Haarde em março, no início do processo na Landsdomur, única corte habilitada a julgar ministros ou ex-ministros, e que nunca havia sido convocada até então.

Ele sempre argumentou que o governo não tinha como saber que os bancos islandeses estavam descapitalizados. "Nenhum de nós sentiu que havia algo errado com o sistema bancário, como demonstrado mais tarde", disse Haarde.

Na sua opinião, nem havia qualquer sinal "claro" que poderia haver uma quebra iminente do setor bancário islandês, o que obrigou o Estado a nacionalizar os institutos de crédito três principais bancos e obrigou o país a receber assistência do FMI.

Histórico

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Haarde era o chefe do conservador Partido da Independência, no poder desde meados de 2006, no momento da implosão da crise do setor bancário de 2008 que levou à quebra do hipertrofiado setor bancário islandês. No momento de sua implosão, os três principais bancos do país possuíam no total ativos equivalentes a 923% do PIB.

A implosão dos bancos afundou a Islândia em uma profunda recessão que exigiu a intervenção do FMI, com um empréstimo de US$ 2,1 bilhões. A coroa islandesa foi desvalorizada, embora agora o país tenha recuperado o crescimento e seu PIB deve crescer neste ano 3,1%, segundo a agência nacional de estatísticas.

Em setembro de 2010, o Parlamento considerou que Haarde era o único que deveria ser julgado pela crise.

Em uma entrevista concedida no ano passado à AFP, Haarde classificou este processo de "farsa política encenada por velhos inimigos políticos".