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O ex-secretário do Tesouro Nacional, Jefferson Bittencourt, disse que o ajuste fiscal proporcionado pelo governo Lula é lento e que a dívida pública continuará crescendo nesta década. A declaração foi dada durante entrevista concedida à CNN Brasil, nesta terça-feira (11).
“Não há estabilização da dívida pública em um horizonte bastante longo de tempo [...] É uma trajetória que certamente gera estresse fiscal. Este arcabouço [fiscal] é muito tímido em conter o crescimento das despesas”, disse o economista.
Na conversa, Bittencourt também mencionou dados do Prisma Fiscal, sistema usado pelo Ministério da Fazenda para coletar sentimentos do mercado. De acordo com informações destacadas pelo economista, a expectativa de parte do mercado é de que a dívida pública brasileira só vai parar de crescer entre 2032 e 2033.
No sábado (9), o senador Rogério Marinho (PL-RN) classificou o aumento da dívida pública de “escárnio”.
De acordo com dados do Banco Central (BC), a dívida pública do país saltou de 71,7% para 76% do Produto Interno Bruto (PIB) em um ano.
Os números do Banco Central apresentam um crescimento de 4,33 pontos percentuais da dívida desde que Lula assumiu a Presidência. A dívida bruta atingiu o maior patamar desde abril de 2022.
No dia 29 de maio de 2024, o BC informou que o setor público consolidado registrou déficit nominal recorde de R$ 1,043 trilhão no acumulado de 12 meses até abril. O valor superou pela primeira vez o pico registrado na pandemia de covid-19, de R$ 1,017 trilhão.
A piora das contas públicas aumentou a DBGG (Dívida Bruta do Governo Geral) e pressionou a dívida pública, que inclui além das contas do governo federal, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e os governos estaduais e municipais.