O ex-secretário do Tesouro Nacional, Jefferson Bittencourt| Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
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O ex-secretário do Tesouro Nacional, Jefferson Bittencourt, disse que as críticas feitas pelo presidente Lula (PT) ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, comprometem a previsibilidade da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta-feira (19).

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“A primeira consequência da entrevista do presidente para a política monetária foi colocar um ‘tempero’ num Copom que estava começando a ficar mais previsível [...] Se o presidente [Lula] entende que o futuro presidente do Banco Central não pode ser altamente influenciado pelo mercado, a autonomia do Banco Central diz que o futuro presidente do Banco Central não deveria ser muito influenciado pelo governo”, afirmou Bittencourt em entrevista concedida à CNN Brasil, nesta terça-feira (18).

Na terça, ao conceder entrevista à rádio CBN, Lula disse que a única "coisa desajustada" do país é o Banco Central, e que os ricos se apoderaram do Orçamento mas se queixam dos gastos com o "povo pobre".  

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O petista também criticou o presidente do BC e disse que Campos Neto “não demonstra nenhuma capacidade de autonomia” e que “tem lado político”. Lula ainda demonstrou incômodo com o recente encontro de Campos Neto com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).  

As declarações do presidente estremeceram o mercado e o dólar passou a operar com volatilidade chegando a atingir os R$ 5,44.

Nesta quarta-feira (19), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central vai definir o nível da taxa básica de juros (Selic). A expectativa do mercado é de que o juro básico seja mantido em 10,5% ao ano, interrompendo um ciclo de cortes iniciado em agosto do ano passado. O governo e o PT cobram novas reduções.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]