A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira a Operação Porto Victoria para desarticular as ações de um grupo criminoso especializado em evasão de divisas e lavagem de dinheiro em diversos países. De acordo com a PF, nos últimos três anos, a organização teria desviado cerca de R$ 3 bilhões. Onze pessoas já foram presas, entre elas o ex-vice-presidente do Banco do Brasil, Allan Simões, atualmente executivo do banco Banif; e o doleiro Abidão Bouchabki Neto . Outros dois funcionários de bancos também estão entre os detidos. Os mandados de prisão foram cumpridos em São Paulo, Paraná e no Rio de Janeiro.
Em Curitiba, a PF prendeu o ex-secretário municipal da Copa de 2014 Luiz de Carvalho, que também já foi presidente do Instituto Municipal de Turismo de Curitiba. Ele é acusado de atuar como doleiro. A PF também cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa dele. O material apreendido e o próprio Carvalho seriam enviados para São Paulo, onde a operação se concentrou.
Os agentes cumpriram 11 mandados de prisão, dois mandados de condução coercitiva e 30 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Araras, Indaiatuba, Santa Bárbara do Oeste, todas no interior paulista,além de Curitiba e Resende (RJ).
Os investigados responderão pelos crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira e organização criminosa.
Na operações de buscas, ainda forma apreendidos R$ 1 milhão em dinheiro e bens. Várias contas que eram utilizadas pelo grupo para a remessa de dinheiro ao exterior, principalmente a Hong Kong, foram bloqueadas.
A investigação no Brasil foi iniciada ainda em 2014, depois que as autoridades dos Estados Unidos transações suspeitas do grupo e que no esquema havia “uma célula” no Brasil, que tinha um doleiro entre os seus operadores. Nos últimos nove meses, a PF constatou que esse doleiro utilizava um sistema formal de contratos de câmbio para exportação e importação. A maior parte das operações era fictícia e, para funcionar, o esquema contava com a ajuda de funcionários cooptados pela quadrilha em bancos e corretoras.
De acordo com o delegado da PF Alberto Ferreira Neto, que coordena a operação, a ação foi deflagrada porque o doleiro, que tem cidadania estrangeira, estava com uma passagem comprada e embarcaria nesta quinta-feira ao exterior. Ele é um dos 11 que estão presos.
A PF informou ter identificado vários clientes venezuelanos, que utilizavam o esquema para retirar dinheiro do país por conta da crise política e econômica que atinge o país vizinho. A próxima fase da operação, segundo a PF, buscará identificar mais pessoas que usaram a organização criminosa para enviar e receber dinheiro em contas no exterior. Vai também analisar as provas apreendidas hoje.
A PF identificou cinco corretoras e uma instituição financeira entre os envolvidos no esquema. O grupo atuava em países como Reino Unido, Venezuela, Estados Unidos, Brasil e Hong Kong. O grupo especializou-se na retirada ilegal de divisas da Venezuela, por meio de importações fictícias usadas para acobertar as movimentações financeiras. Os artigos eram superfaturados em até 5.000%. Depois, empréstimos e importações simuladas justificavam o envio do dinheiro para Hong Kong, que era encaminhado para outras contas ao redor do mundo.
Ações de Moraes ganham proporção global: veja a linha do tempo dos embates
Reação do Itamaraty ao cerco contra Moraes escala tensão com EUA
Citando ordens de Moraes, Câmara dos EUA exige relatórios das big techs sobre censura
Censura e violência política fazem Brasil despencar 6 posições em ranking de democracia
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast