Pelo 11º ano consecutivo os planos de saúde foram os "campeões" no ranking anual de reclamações do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Entre os problemas mais comuns estão a demora no atendimento e a não autorização dos exames.

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Em sua luta contra o câncer, um aposentado de 69 anos que mora em Ponta Grossa teve de superar outro problema. Mesmo tendo um plano de saúde que contratualmente cobre todos os procedimentos, há um ano e meio ele teve o pedido negado pela operadora Unimed para um exame de Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET Scan, na sigla em inglês).

"Se eu não tivesse condições financeiras para bancar o exame, estaria numa situação muito complicada", diz o paciente, que pediu anonimato. Após oito meses, a Justiça obrigou a operadora a devolver os R$ 5 mil que ele pagou pelo exame.

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Segundo o advogado da Unimed Ponta Grossa, Edmar Luiz Costa, há algumas hipóteses que podem explicar o caso. "A hipótese mais provável é que na época o exame ainda não estivesse no rol de procedimentos obrigatórios divulgado pela ANS", diz Costa, explicando que a lista da ANS muda constantemente.

As entidades médicas alegam que, em busca de maior lucratividade, as operadoras de saúde exercem pressão velada sobre os profissionais, estabelecendo um limite máximo para o número de exames e procedimentos prescritos. Segundo o conselheiro do CFM Celso Mudar, se o número de exames ultrapassa a "cota", a operadora manda uma carta comparando os números do profissional com a média da sua especialidade. "É uma forma de dizer ‘você está nos custando caro’."