Favorito para assumir o comando do Ministério da Fazenda, o presidente do Bradesco Luiz Carlos Trabuco recusou o convite da presidente Dilma Rousseff, segundo fontes ligadas ao governo. A principal razão, de acordo com interlocutores, é que há questões societárias e de sucessão que o impediriam de deixar o banco. Trabuco, no entanto, também teria receio em relação à autonomia no comando da Fazenda sabendo que a presidente interfere no dia a dia da pasta.
Sem conseguir emplacar Henrique Meirelles para a Fazenda, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a fazer um forte lobby por Trabuco. O executivo seria um nome que acalmaria o mercado, que cobra do governo mudanças na atual política econômica. Diante da forte rejeição ao ex-comandante do Banco Central, de quem a presidente nunca gostou, o ex-presidente partiu para a defesa de Trabuco.
Com a recusa do executivo do Bradesco, outro nome ganhou força dos corredores de Brasília: o ex-secretário do Tesouro Nacional Joaquim Levy. "A presidente Dilma recebeu a indicação de Joaquim Levy e isso agora está sendo considerado", disse uma fonte à Reuters. Levy esteve à frente do Tesouro na gestão do ex-ministro Antonio Palocci, quando o governo Lula buscava conquistar a confiança dos agentes econômicos. Levy atualmente é o diretor-superintendente do Bradesco Asset Management, braço de gestão de recursos Bradesco.
Outro nome bastante cotado é o do ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa, com quem Dilma se encontrou ontem à noite, em São Paulo, após o velório do ex-ministro Márcio Thomaz Bastos. A reunião ocorreu no escritório da Presidência da República em São Paulo. Mas, por enquanto, tudo não passa de especulação. "O problema é que a presidente está fechadíssima. Acho que nem mesmo o Aloizio [Mercadante, ministro da Casa Civil], que é muito próximo dela, sabe quem será o próximo ministro da Fazenda", disse outra fonte com trânsito no Planalto.
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