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A expectativa para o aumento da inflação neste ano e em 2025 disparou entre os analistas do mercado financeiro de acordo com o Relatório Focus desta segunda (2). O boletim semanal do Banco Central aponta que o IPCA deste ano deve fechar em 4,71%, 0,08 ponto percentual acima do previsto há uma semana.
Já a inflação para o ano que vem está prevista em 4,4%, encostando no teto da meta de 4,5%. Esta é a sétima semana seguida que os analistas do mercado financeiro sobem a expectativa para o índice de 2025. Também há uma previsão de alta em 2026, com o IPCA a 3,81%.
Além da inflação, o mercado também já prevê que a taxa básica de juros vai subir mais no ano que vem e alcançar 12,63% – 0,38 ponto percentual a mais do que o estimado na semana passada.
Esse aumento da taxa básica ocorre por conta do avanço das expectativas ruins para as contas públicas, principalmente após o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter anunciado um pacote de corte de gastos aquém do esperado.
Também pesou forte na análise o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Isso pode representar uma desoneração tributária que afeta diretamente as contas públicas, mesmo com a taxação de pessoas com rendimentos acima de R$ 50 mil.
Há, ainda, o temor de que as propostas sejam desidratadas pelo Congresso durante a tramitação a partir desta terça (3). Entre elas, estão mudanças nas emendas parlamentares, no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e no Bolsa Família.
Alterações como a limitação do aumento do salário mínimo, acesso ao abono salarial e aposentadorias dos militares ficarão para uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que deve ser enviada pelo governo ainda nesta semana.
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O Relatório Focus desta semana também projeta um leve aumento no PIB (Produto Interno Bruto, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país) deste ano, passando de 3,17% para 3,22%. Nos próximos três anos, a previsão se mantém em 1,95% em 2025 e 2% em 2026 e 2027.
Assim como a cotação do dólar, que deve terminar o ano estabilizada em R$ 5,70 – ou seja, acima do recorde de R$ 6 que vem operando deste sexta (29) e neste começo de semana. A moeda norte-americana segue cotada em alta à espera do início da análise do ajuste fiscal pelo Congresso.