Os agentes do mercado financeiro reforçaram as expectativas de alta da inflação e do câmbio do dólar para este ano e para os próximos de acordo com o Relatório Focus desta segunda (16). O boletim semanal do Banco Central com instituições aponta uma preocupação com a responsabilidade fiscal do governo em meio à votação do pacote de corte de gastos, que pode ter um andamento nesta semana no Congresso.
Segundo os analistas ouvidos pela instituição, a inflação deve terminar este ano em 4,89%, acima do teto da meta de 4,5%. O mesmo deve ocorrer em 2025, com o índice alcançando 4,6%; mantendo-se em 4% em 2026 e ficando abaixo do limite apenas em 2027, quando deve chegar a 3,66% (veja na íntegra).
Isso significa que a taxa básica de juros, utilizada para controlar o avanço da inflação, permanecerá alta pelo menos até 2026. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic em 1 ponto percentual, alcançando 12,25% – e ainda sinalizando para novos aumentos no próximo ano e redução somente a partir de 2026:
- 2024: 12,25%;
- 2025: 14%;
- 2026: 11,25%;
- 2027: 10%.
A nova expectativa de alta da taxa básica de juros foi divulgada um dia depois do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltar a criticar o mercado financeiro afirmando que este patamar da Selic “é a única coisa errada”. Também disse que não é função do mercado se preocupar com as contas do governo.
Os agentes do mercado também aumentaram a expectativa para o câmbio do dólar, que está oscilando na casa dos R$ 6 por conta das incertezas sobre a aprovação do pacote de corte de gastos pelo Congresso.
O temor de que a proposta possa ser desidratada e não alcançar a meta de se economizar cerca de R$ 70 bilhões em dois anos faz com que o mercado opere com incertezas sobre a capacidade do governo em manter as contas em equilíbrio, o que reflete diretamente na moeda norte-americana:
- 2024: R$ 5,99;
- 2025: R$ 5,85;
- 2026: R$ 5,80;
- 2027: R$ 5,70.
Por outro lado, apesar de todo clima de incerteza sobre a política econômica do governo, os agentes do mercado financeiro ainda estão otimistas com o avanço do PIB (Produto Interno Bruto, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país) neste ano e nos próximos.
Em 2024, o crescimento da economia foi elevado de 3,39% para 3,42%, enquanto que em 2025 deve chegar a 2,01%. Já em 2026 e 2027, a expectativa é de 2%.
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