As exportações de manufaturados interromperam a trajetória de queda provocada pela crise e apresentam os primeiros sinais de recuperação. Depois de caírem 40% de setembro a maio, as exportações desses produtos cresceram 10% em junho. Os empresários relatam que os negócios fora do País foram retomados à medida que o crédito voltou, o câmbio estabilizou, e os estoques globais acumulados acabaram. Mas o nível é inferior ao de antes da crise. Em relação ao primeiro semestre de 2008, o Brasil exportou quase um terço a menos de manufaturados de janeiro a junho.
Em junho, o Brasil exportou 154% mais aviões que em maio, conforme a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Para automóveis, a alta foi de 15%. As vendas externas de celulares e de laminados de ferro e aço também se recuperaram em junho em relação a maio, com altas de 24% e 82%. Até mesmo as exportações de calçados melhoraram (26% a mais), graças à entrada da coleção de inverno.
A recuperação das vendas externas de produtos de maior valor agregado é consequência do desempenho um pouco melhor das economias da América Latina e dos Estados Unidos, principais clientes da indústria brasileira. A dúvida é se a reação dos países deve se sustentar ou pode se esvaziar quando os efeitos dos pacotes fiscais adotados pelos governos terminarem.
"A queda da exportação de manufaturados estancou e pode ocorrer até uma leve recuperação, mas não é para entusiasmar", disse José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Para o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral, "é um sinal de que parou de piorar", mas os empresários têm de vender mais nos países emergentes. Segundo o presidente da Embraer, Frederico Curado, "os negócios começam a ser retomados, mas o mercado desceu um degrau e deve ficar nesse patamar nos próximos três anos". A companhia reduziu em 40% a previsão de entrega de aviões comerciais, para 115 jatos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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