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Perdas

Exportações de calçados caem; entidade culpa apreciação do real

A indústria de calçados acumulou perdas tanto nos volumes quanto no faturamento com as exportações nos primeiros quatro meses do ano. Levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) revela que houve uma queda de 8% nos embarques do setor. Entre janeiro e abril, foram enviados ao exterior 70,4 milhões de pares de calçados, contra 76,2 milhões de pares no mesmo período de 2005.

O faturamento alcançou US$ 626,3 milhões, gerando uma receita de R$ 1,346 bilhão, à taxa média de R$ 2,15. No mesmo período de 2005, as vendas internacionais somaram US$ 626,1 milhões, mas, com a taxa média do dólar no período de R$ 2,64, resultaram em receita de R$ 1,653 bilhão.

- A elevação do preço médio do calçado (medida utilizada para compensar a defasagem da moeda americana) teve como conseqüência a perda de volume nas vendas - observa o vice-presidente da Abicalçados, Ricardo Wirth, lembrando que há meses a entidade vem alertando ao governo que a apreciação cambial traria sérios prejuízos aos exportadores.

Os efeitos do câmbio são ainda mais acentuados na comparação dos números de abril deste ano com o mesmo mês de 2005. A redução no faturamento foi de 9% (US$ 124,2 milhões contra US$ 136,6 milhões), e de 19% no volume de pares. Segundo a Abicalçados, deixaram de ser exportados três milhões de pares, pois os embarques fecharam em 12,9 milhões de pares contra os 16 milhões de abril de 2005.

- Há três anos as empresas estão convivendo com uma defasagem substancial entre o preço de venda e o de faturamento, com a contínua valorização de nossa moeda. A redução do custo de produção já atingiu o limite, e a maioria dos exportadores estão operando no vermelho, tendo como reflexo a redução dos postos de trabalho - observa Wirth.

Em 2005, mais de 20 mil pessoas foram demitidas das empresas de calçados. A entidade estima que, a continuar a redução das vendas ao exterior, este ano mais 25 mil postos devem deixar de existir.

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