As exportações de bens de capital (máquinas e equipamentos) sob encomenda somaram US$ 1,788 bilhão entre janeiro e agosto de 2009, o que representa uma queda de 46% em relação aos US$ 3,3 bilhões registrados em igual período do ano passado, informou a Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib), com base em números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). As importações atingiram US$ 2,9 bilhões nos oito primeiros meses de 2009, ante US$ 3,1 bilhões no mesmo período do ano anterior - um resultado 7,6% menor.

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O saldo da balança comercial do setor, que registrou superávit de US$ 170,7 milhões entre janeiro e agosto de 2008, apresentou déficit de US$ 1,1 bilhão de janeiro a agosto de 2009. Em nota, o presidente da Abdib, Paulo Godoy, destaca que alguns fatores ajudam a explicar o resultado da balança comercial do setor nos oito primeiros meses do ano. Entre eles, estão a apreciação do real diante do dólar, a queda da demanda mundial por equipamentos e a redução do volume de investimentos em virtude da desaceleração econômica em diversos países.

"Este ano deve registrar um fluxo de comércio semelhante ao de 2007, porém com saldo comercial ainda negativo. Há alguns sinais de retomada da economia global, mas ela será em ritmo mais lento", afirmou. Godoy também atribuiu ao câmbio e à carga tributária o déficit comercial registrado pelo setor. Segundo ele, a valorização do real em relação ao dólar favorece a importação de máquinas.

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Além disso, os tributos que incidem sobre bens de capital facilitaram a compra dessas máquinas no exterior. "A combinação perversa (de câmbio e tributos) facilita a comparação e a importação de bens de capital sob encomenda, contra um histórico de superávits comerciais que o País não tinha há alguns anos", disse. Godoy participou hoje de um seminário da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, sobre o marco regulatório do pré-sal.