O cenário externo mais positivo nesta sexta-feira (15), diante da esperança de que vários bancos centrais possam agir no caso de maior estresse com a eleição grega, e a expectativa de que o governo brasileiro possa tomar mais medidas em relação ao câmbio fizeram o dólar cair ante o real pela segunda sessão seguida.

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O dólar fechou em queda de 0,66%, cotada a R$ 2,0444 na venda, depois de bater a mínima de R$ 2,0371 - baixa de 1,01%. Na semana, porém, a moeda norte-americana acumulou alta de 1%, por causa da maior aversão ao risco no exterior e especulações vistas no início da semana.

"Não houve nada de diferente hoje nos mercados, o dólar se manteve em torno de R$ 2,04. Continuam as expectativas de que o governo pode retirar o IOF para a posição vendidas no mercado futuro e tomar outras medidas", disse o diretor de câmbio da Pioneer Corretora, João Medeiros.

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Uma importante integrante da equipe econômica afirmou à Reuters na quinta-feira que o governo já estuda novas medidas para melhorar o fluxo de recursos externos e diminuir a volatilidade no câmbio, entre elas reduzir a alíquota do IOF na posição líquida vendida em derivativos cambiais e nos investimentos estrangeiros em renda fixa.

Também na véspera, o governo decretou a redução do prazo sobre empréstimos externos que tem incidência da alíquota do IOF de 6% para até dois anos. O prazo anterior era para até cinco anos.

Para Medeiros, a medida sobre empréstimos externos não tem um impacto imediato no fluxo ao Brasil, mas medidas como redução do IOF sobre a posição vendida em derivativos poderia ter um impacto maior e de fato ajudar o dólar a voltar a ter uma tendência de queda ante o real.

Além do cenário doméstico, Medeiros também citou o quadro internacional, com esperança de que o partido grego a favor do pacote de ajuda internacional possa vencer as eleições na Grécia no domingo, além da expectativa de que caso o resultado seja ruim, os bancos centrais mundiais devam tomar medidas.

Na quinta-feira, a Reuters informou que os bancos centrais das principais economias estão prontos para adotar ações para estabilizar os mercados financeiros e prevenir um aperto do crédito caso o resultado das eleições na Grécia no domingo cause tumulto nas operações.

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Um economista, que prefere não ser identificado, também citou a menor aversão ao risco como um dos fatores que tem sustentado a queda do dólar e acredita que, com isso, não houve necessidade de o Banco Central intervir no mercado.

A autoridade monetária não faz leilões de swap cambial tradicional -equivalente a uma venda de dólares no mercado futuro- já por quatro sessões seguidas.

"Acredito que ele (o BC) está analisando, o mercado está mais otimista, se o câmbio tivesse se valorizando, em tendência inversa a lá fora, ai sim ele poderia atuar. Mas acho que o BC também está acompanhando o fluxo, além de estar preocupado a não estabelecer um patamar de atuação, mas deixar em aberto", disse.