Estatal revê meta de exportações

O diretor industrial da Petrobras Biocombustível, Ricardo Castelo Branco, afirmou ontem que a companhia iniciou a revisão das metas de exportação de etanol até 2012 e que os novos dados serão divulgados até o início de outubro. "As metas ano a ano até chegar aos 4,75 bilhões de litros em 2012 estão sob reavaliação", disse o executivo.

Castelo Branco evitou falar sobre os novos números, mas deu a entender que a meta final deverá ser maior que a atual e que pode haver variações, para cima ou para baixo, nos dados de exportação de álcool para os próximos anos. "Se é para cima ou para baixo, vamos avaliar de acordo com o mercado. A tendência (em 2012) é ser maior, mas isso vai depender das condições externas", explicou.

Até 2012, a Petrobras espera ter um volume de ao menos 4 bilhões de litros produzidos em 20 unidades nas quais será sócia minoritária, no modelo de parceria que une a companhia a produtores, que têm participação majoritária, e a uma trading. No primeiro projeto, em Traumã (GO), com previsão para entrar em operação até o início de 2010, a japonesa Mitsui é sócia da Petrobras e dos empresários locais.

Agência Estado

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Cada sistema produtivo na camada de pré-sal – o que leva em consideração plataformas e equipamentos necessários para produção, estoque e transporte do óleo – exigirá investimentos de US$ 7 bilhões. E a previsão é que deverão existir até 60 sistemas na área. A informação é do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, durante discurso da abertura do Rio Oil & Gas Conference, que começou ontem no Rio de Janeiro.

Por causa do alto investimento, Gabrielli disse que o país enfrentará "enormes desafios" após as descobertas de reservas de petróleo na camada pré-sal. "As descobertas são gigantescas", disse Gabrielli, ao citar o potencial de 8 bilhões a 12 bilhões de barris de petróleo apenas nos blocos de Tupi e de Iara.

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Além da questão financeira necessária para realizar os investimentos, Gabrielli disse ainda que o Brasil e a companhia terão de enfrentar entraves tecnológicos e humanos para a exploração do petróleo na região. "Os modelos tecnológicos já existentes na Bacia de Campos são necessários para o início da exploração das novas áreas, mas não suficientes. Por isso teremos de encontrar tecnologias novas", afirmou.

Regras

Também na cerimônia, o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), João Carlos França de Luca, voltou a cobrar do governo a preservação do ambiente regulatório e o cumprimento dos contratos no setor de exploração de petróleo. "Reiteramos a convicção de que o atual modelo de concessões é o mais adequado à exploração do pré-sal", disse.

Em discurso conciliador a empresários, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão garantiu que o governo não avalia o rompimento da atual lei que rege a exploração e produção de petróleo no país. "O que a comissão interministerial está estudando é a alteração da lei, e não sua ruptura. Não queremos perseguir nem prejudicar ninguém'', afirmou. Lobão ressaltou que sem as empresas privadas o atual modelo não teria obtido êxito. Ele disse ainda que será necessária a presença dessas empresas dentro das regras futuras que estão em avaliação.

Preços

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Gabrielli aproveitou a ocasião para dizer que não vê motivos para se esperar uma queda significativa no preço do barril de petróleo num curto prazo. Ontem, os contratos futuros de petróleo fecharam abaixo de US$ 100 o barril pela primeira vez desde março, aos US$ 95,71. Mas o executivo voltou a dizer que as oscilações do mercado internacional não serão repassadas para os preços domésticos do diesel e da gasolina.

Indagado sobre o motivo que leva a Petrobras a reajustar apenas o querosene de aviação mensalmente, ele comentou que "são mercados diferentes, o que permite contratos diferenciados".

Plataformas

A diretoria da Petrobras anunciou ontem pela manhã que aprovou a contratação de 10 novas plataformas do tipo FPSO (Floating Production Storage and Offloading) para as áreas do pré-sal na Bacia de Santos. Segundo a estatal, as duas primeiras unidades serão alugadas de terceiros, com a exigência de terem alto índice de conteúdo nacional.

A capacidade de produção diária dessas plataformas será de 100 mil barris de óleo e 5 milhões de metros cúbicos de gás natural, e serão instaladas durante os anos de 2013 e 2014. As outras oito unidades de produção serão propriedade da Petrobras e terão capacidade de produção diária de 120 mil barris de óleo e 5 milhões de metros cúbicos de gás natural. Elas serão instaladas durante os anos de 2015 e 2016. Os cascos serão produzidos no dique seco do Estaleiro Rio Grande, no Rio Grande do Sul, já alugado pela estatal pelo período de 10 anos.

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