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Exploração

Exxon contabiliza como perda dois poços do pré-sal

A gigante norte-americana Exxon Mobil contabilizou como perdas, em seu balanço do quarto trimestre de 2010, dois poços perfurados no pré-sal da Bacia de Santos, alegando que não contêm reservas comerciais de óleo ou gás natural. Depois de três poços perfurados na região, a empresa e seus sócios parecem ter desistido de tentar encontrar óleo, em um caso que pode se configurar o primeiro grande fracasso na exploração do pré-sal brasileiro.

A Exxon é operadora do bloco BM-S-22, onde tem parceria com a também norte-americana Hess e com a Petrobras. A concessão, ao sul das descobertas Carioca e Guará, da estatal, era apontada como uma grande aposta no pré-sal, por estar perto de uma gigantesca estrutura geológica conhecida como Pão de Açúcar. O último poço da Exxon, Sabiá-1, por sinal, foi perfurado na porção da sul do bloco, com o objetivo de atingir essa jazida.

"Foram encontradas quantidades não comerciais de hidrocarbonetos no poço Sabiá-1", confirmou a Exxon, em comunicado oficial. Os dois poços anteriores também foram reconhecidos em balanço como despesa, uma vez que não atingiram jazidas comerciais de petróleo. A companhia não informou se devolverá a concessão, limitando-se a dizer que vai atuar com a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e com os sócios para "definir os próximos passos do nosso plano de avaliação do bloco".

O plano de avaliação do bloco previa a perfuração inicial de até quatro poços - um firme e três contingentes, a serem definidos após o andamento dos trabalhos. Fontes próximas a operações no pré-sal, porém, não acreditam que o consórcio vai investir no quarto poço. "As empresas já gastaram uns US$ 400 milhões e não obtiveram resultado. É difícil que continuem insistindo", diz um executivo do setor. O período exploratório do BM-S-22 termina em 2014.

De fato, segundo informações divulgadas pela Hess, apenas os dois últimos poços custaram cerca de US$ 250 milhões - a empresa contabilizou perdas de US$ 111 milhões, equivalente à sua participação de 40% no projeto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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