Os reguladores dos EUA começaram a revisar os requisitos que podem devolver o jato 737 Max da Boeing aos céus, com definições de como as companhias aéreas devem operar o avião mesmo se ocorrerem problemas a bordo. A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) informou nesta quinta-feira (5) que propôs novas regras para as operações aéreas do Max, adaptadas aos reparos que estão sendo finalizados para o modelo impedido de voar desde março. Atualmente a proposta está em fase de consulta pública, que vai durar 30 dias.
A Boeing finaliza mudanças em um sistema de controle de voo que teve papel em dois acidentes, na Indonésia e na Etiópia, que mataram 346 pessoas. O fabricante também está alterando os computadores de controle do avião depois que testes os provaram suscetíveis a falhas. A aérea também faz alterações no software para que, no futuro, haja dois computadores que estejam constantemente monitorando um ao outro. As mudanças criarão maior redundância para o avião, tornando-o mais alinhado com as aeronaves mais novas e capaz de garantir condições para que o operador possa pilotar mesmo que com avarias. A empresa deve concluir uma auditoria das alterações de software e então testar o sistema revisado em simuladores com diversos pilotos.
Como esses dois computadores dependem um do outro, as companhias aéreas não devem pilotar o avião sem os dois sistemas, concluiu a FAA, de acordo com um documento elaborado a pedido de familiares de vítimas dos dois acidentes do Max. "A FAA propõe que os dois computadores de controle de voo sejam necessários, o que reflete a nova arquitetura de software da Boeing", disse a agência. "Este é um sinal positivo da abordagem tomada pela aérea para garantir o retorno seguro do 737 Max ao serviço" disse o porta-voz da Boeing, Paul Bergman, em um email na noite de quinta-feira (5).
Não está claro como a ação da FAA afetará o momento de retorno do 737 Max ao serviço. Mesmo que a agência norte-americana aprove as mudanças de software promovidas pela Boeing, o avião não pode transportar passageiros até que o novo regramento esteja finalizado, o que não ocorrerá antes de janeiro.