A primeira fábrica de cimento de Adrianópolis começa a produzir em escala comercial nos próximos dias. A Supremo Cimento, empresa com sede em Pomerode (SC) que tem entre seus controladores o grupo português Secil, já está fazendo testes de produção na unidade paranaense, que terá capacidade de fabricar até 1,7 milhão de toneladas por ano.
A construção da unidade de Adrianópolis representa um salto no volume de produção da Supremo, que no ano passado registrou faturamento de R$ 500 milhões. A fábrica de Pomerode, inaugurada há dez anos, produz 350 mil toneladas por ano. É uma fração pequena no mercado nacional (que consome cerca de 70 milhões de toneladas por ano), abocanhando cerca de 4% do mercado da Região Sul. Com o investimento de R$ 750 milhões feito no Paraná, a expectativa é multiplicar por quatro o volume comercializado.
O investimento no Paraná foi viabilizado após a portuguesa Secil comprar 50% da Supremo, em 2011. “Além do aporte financeiro, a Secil trouxe tecnologia para o grupo”, diz Evanilton Braga, diretor comercial da companhia. “Temos em Adrianópolis um dos laboratórios mais modernos do país.”
Cimenteiras
O projeto da Supremo Cimentos é o primeiro de uma onda de investimentos de cimenteiras em Adrianópolis. Pelo menos outras duas empresas afirmam ter intenção de construir fábricas no município. A Tupi e a Companhia Vale do Ribeira assinaram protocolos de intenções para investimentos na cidade.
Mercados
A fábrica paranaense vai atender principalmente os mercados do Paraná e São Paulo, enquanto a unidade de Pomerode se dedicará a Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Para dar conta do volume maior, a empresa reestruturou sua área comercial e investiu em logística, com a construção de dois novos centros de distribuição, um em Colombo, na grande Curitiba e outro em Tatuí, em São Paulo.
O foco da empresa deve continuar no consumo de varejo, chamado de “formiguinha” no mercado de construção. Atualmente, 60% das vendas da Supremo são por este canal. O restante se divide entre construtoras, principalmente pequenas e médias, e a indústria de artefatos de cimento.
Neste primeiro ano, a empresa pretende ganhar participação de mercado, já que o setor de cimento sofre com a combinação de crescimento baixo e paralisação de grandes obras por causa da Operação Lava Jato e do contingenciamento de recursos dos governos. “O setor sempre cresce um pouco mais do que o PIB, mas hoje só o crescimento do mercado não dá conta de absorver nossa capacidade extra. Precisamos ganhar participação”, explica Brito.
Uma das apostas da empresa é conquistar espaço no mercado da Região Metropolitana de Curitiba. “Há poucas opções de marcas na região. O consumidor vai ter a oportunidade de comparar”, diz o executivo.
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