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Indústria

A produção industrial desacelerou em sete dos 14 locais pesquisados na passagem de fevereiro para março, informou ontem o IBGE. Os recuos mais acentuados foram registrados no Rio Grande do Sul (-3,0%), que eliminou parte do crescimento de 8,5% obtido nos dois primeiros meses do ano; no Paraná (-2,1%), que reverteu dois meses de expansão com ganho de 7,1%; e na Bahia (-2,0%), que havia avançado 4,2% em fevereiro. Em São Paulo, a produção industrial recuou 0,9%. Já a expansão mais acentuada foi verificada em Pernambuco (2,8%).

A produção de veículos recuou 12% nos primeiros quatro meses do ano, resultado de uma queda de 5% nas vendas e de quase 32% nas exportações. Os estoques nos pátios das fábricas e das revendas em abril caiu para o equivalente a 40 dias de vendas – em comparação a 48 dias no mês anterior –, mas ainda são considerados altos.

Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, o estoque é preocupante porque continua elevado mesmo após a maioria das empresas reduzirem a produção com medidas como férias coletivas e layoff (suspensão temporária dos contratos de trabalho).

Há quase 400 mil veículos parados nas fábricas e concessionárias, em comparação a 387,1 mil no fim de março. Já em número de dias de vendas, o estoque caiu porque a média diária de comercialização em abril foi 10% melhor que a de março, que teve menos dias úteis. As vendas em abril somaram 293,2 mil unidades, 21,8% acima do fraco resultado de março, mas 12,1% inferior ao número de um ano atrás.

Para o consultor sênior da ATKearney, David Wong, o mercado de veículos "está derretendo" e ele não vê sinais de recuperação no curto prazo. "Uma melhora no segundo semestre é possível, desde que medidas do governo a serem anunciadas nos próximos dias para retomada do crédito e das vendas para a Argentina surtam efeito." Ainda assim, Wong prevê para o ano todo uma queda de 6% a 7% nas vendas de automóveis e comerciais leves e de 12% na produção.

Crédito

Moan ressalta que a restrição ao crédito adotada pelos bancos é um dos importantes fatores para a retração das vendas de veículos novos. Segundo ele, no ano passado metade das propostas apresentadas por consumidores – cerca de 1,6 milhão de pedidos – foram recusadas pelos bancos. A manutenção do IPI, previsto para subir em julho, não está sendo discutida.

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